O Uber admitiu que foi
alvo de um ataque hacker em 2016, que roubou dados de 57 milhões de motoristas
e clientes em todo o mundo. A informação foi omitida por um ano pela companhia
e revelada nesta terça-feira (21) por uma carta do presidente da companhia,
Dara Khosrowshahi.
Ele disse que os hackers
roubaram endereços de e-mail e números de celular. Entre os motoristas, 600 mil
tiveram seus dados de licença expostos nos Estados Unidos. Segundo o presidente
do Uber, não há evidências de que tenham sido acessados histórico de
localizações de viagens e dados bancários.
O Uber não informou se
há brasileiros na lista de usuários que tiveram os dados violados. "Você
pode estar perguntando por que estamos falando sobre isso agora, um ano depois.
Eu tive a mesma pergunta, então eu imediatamente pedi uma investigação
minuciosa sobre o que aconteceu e como nós lidamos com isso", disse
Khosrowshahi, na nota que anunciou o incidente.
Ele assumiu a presidência do Uber no fim de agosto
deste ano, após o afastamento do antigo presidente e
fundador da empresa, Travis Kalanick, que se envolveu em escândalos de falta de ética nos negócios. Desde
então, o Uber tenta virar a página e mudar a cultura corporativa da
empresa.
"Nada disso deveria ter acontecido, e não vou
desculpar por isso. Embora não consiga apagar o passado, posso comprometer-me
em nome de todos os funcionários da Uber que aprenderemos com os nossos
erros", disse Khosrowshahi.
Como foi o ataque
O Uber disse que duas pessoas
de fora da empresa tiveram acesso aos dados dos usuários, que estavam
armazenados em um serviço de nuvem terceirizado. O executivo diz que os
responsáveis foram identificados e que a empresa conseguiu se assegurar de que
os dados obtidos por eles foram destruídos.
O executivo diz que os
motoristas que tiveram os dados expostos estão sendo notificados pela empresa e
que as autoridades foram informadas sobre o ocorrido. A empresa está monitor
Khosrowshahi
disse que a companhia tomou medidas para restringir o acesso aos dados dos
usuários e aumentar o controle dos dados guardados em nuvem. Informações G1
Para economizar, governo deveria acabar com o ensino superior gratuito, aponta Banco Mundial
Para cortar gastos sem prejudicar os mais pobres, o
governo deveria acabar com a gratuidade do ensino superior. Essa é uma das sugestões
apresentadas no relatório “Um ajuste justo - propostas para aumentar eficiência
e equidade do gasto público no Brasil”, elaborado pelo Banco Mundial.
A ideia é que o governo continue subsidiando os
estudantes que estão entre os 40% mais pobres do País. Porém, os de renda média
e alta poderiam pagar pelo curso depois de formados. Durante a faculdade, eles
acessariam algum tipo de crédito, como o Fies.
Essa proposta se baseia no fato que 65% dos
estudantes das instituições de ensino superior federais estão na faixa dos 40%
mais ricos da população. Como, após formadas, essas pessoas tendem a ter um
aumento de renda, a suspeita dos técnicos é que a gratuidade “pode estar
perpetuando a desigualdade no País.”
O Brasil tem aproximadamente 2 milhões de
estudantes nas universidades e institutos federais, ao passo que nas
universidades privadas são 8 milhões de estudantes. Porém, o custo médio de um
aluno numa faculdade privada é de R$ 14.000,00 por ano. Nas universidades
federais, esse custo salta para R$ 41.000,00 e nos institutos federais o valor é
ainda maior: R$ 74.000,00 ao ano.
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Esse gasto, diz o estudo, é “muito superior” ao de
países como a Espanha e a Itália, por exemplo. No entanto, o valor agregado em
termos de conhecimento dos estudantes não é muito diferente do das faculdades
privadas. Esse critério considera o que o aluno aprendeu em comparação ao que
se esperava que ele tivesse aprendido.
Os gastos do governo com ensino superior são
equivalentes a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e crescem, em termos reais,
7% ao ano, acima da média mundial. “As despesas com ensino superior são, ao
mesmo tempo, ineficientes e regressivas”, diz o relatório.
Uma reforma poderia economizar aproximadamente R$
13 bilhões ao ano nas universidades e institutos federais. No nível estadual, a
economia poderia ser de R$ 3 bilhões.
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Além da cobrança de mensalidades, o estudo sugere
que os gastos por aluno tenham como limite o valor gasto pelas instituições
mais eficientes. As menos eficientes teriam, assim, de ajustar suas despesas à
nova realidade.
Se as escolas do ensino fundamental e médio
atingissem o nível das melhores do sistema, o desempenho na prova do Índice de
Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) subiria 40% para o nível fundamental e
18% no médio. No entanto, aponta o relatório, o Brasil gasta perto de R$ 56
bilhões a mais do que seria necessário para ter o atual desempenho.
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A principal proposta para enxugar gastos nessas
esferas é aumentar a quantidade de alunos por professor. O estudo diz que a
quantidade de estudantes está caindo devido à redução das taxas de natalidade,
nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A proposta é não repor os professores
que deixam o sistema. Só com isso, a economia seria de R$ 22 bilhões.
Saúde. Enquanto no ensino fundamental a nova
realidade do crescimento demográfico está esvaziando salas, nos postos de saúde
a tendência é contrária: a demanda por atendimento aumenta devido ao
envelhecimento da população.
Também nesse caso, o estudo sugere soluções para
ajudar a reduzir os gastos que, segundo o banco, não trariam prejuízo ao
atendimento. Se todo o sistema atingisse o nível das unidades mais eficientes,
poderiam ser economizados R$ 22 bilhões. Entre as propostas, está o fechamento
de hospitais de pequeno porte, que custam proporcionalmente mais do que os
grandes, se for considerado o valor por atendimento prestado.
O relatório sugere também o fortalecimento do
atendimento primário que filtraria os casos mais complexos para enviar aos
hospitais. E que o atendimento dos casos mais simples possa ser feito por
profissionais de saúde não médicos, deixando-os liberados para os casos mais
complexos.
O governo poderia ter ganhos também, com acréscimo
na arrecadação tributária, da ordem de 0,3% do PIB, se fosse eliminada a
dedução no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Segundo o relatório, esse
mecanismo beneficia os mais ricos de maneira “desproporcional” e “constitui um
subsídio para as despesas de saúde privada.” Informações MSN