Foi em busca da pimenta-do-reino
direto da fonte (no caso, a Índia) que os portugueses se lançaram ao mar. Um
dia, foram dar nas Américas — e, além de terra à vista, encontraram outra turma
de pimentas: as vermelhas. O resto é história.
Embora os dois
tipos botem para ferver qualquer prato, isso acontece por motivos diferentes. A
pimenta-do-reino, a preta, é rica em uma substância chamada piperina, que
responde pela ardência. Já a malagueta e as outras vermelhas são repletas de
capsaicina — a responsável pela picância. Por ser tão ardida, ela é usada no
spray de pimenta, utilizado como arma por policiais em todo o mundo.
As duas parecem
fortes para você? Pois saiba que são medianas. Em unidades Scoville, escala que
calcula o grau de picância de pimentas Capsicum (ou com capsaicina), a
malagueta registra entre 30 mil e 50 mil unidades (as mais fortes, como a
habanero, chegam a 500 mil). Já a pimenta-do-reino aparece na gradação chamada
escala de temperatura, menos conhecida, em grau 3, numa escala de 0 a 10.
Exagerou na
pimenta? Esqueça a água, que só vai espalhar a capsaicina pela boca. Um copo de
leite integral, iogurte, creme de leite ou nata podem salvar sua vida. É que a
caseína, proteína presente nos derivados do leite, tem o poder de
anular a capsaicina.
Leite -
Caseína
A proteína forma 80% da bebida vinda da vaca e perto de 40% do leite humano. É
matéria-prima de produtos que vão do queijo à cola
Pimenta-do-reino
- Piperina
De ingrediente de conhaque a matéria-prima de inseticidas, a piperina também
aparece em componentes para emagrecer, por seu efeito termogênico
Pimenta-malagueta
- Capsaicina
Há quem diga que a capsaicina dá barato — e vicia. É que, para compensar a
picância, que para o cérebro se assemelha a uma queimadura, o corpo lança mão
da produção de endorfina
No Brasil,
sprays com capsaicina são controlados pelas Forças Armadas. <> Revista
Galileu //