Proposta do governo Michel Temer prevê a maior mudança
no sistema de seguridade social desde a Constituição de 1988; só integrantes
das Forças Armadas, PMs e bombeiros militares ficam de fora.
O governo Michel Temer enviou à Câmara dos Deputados a
maior proposta de reforma do sistema de seguridade social desde a Constituição
de 1988. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 altera regras em
relação à idade mínima e ao tempo de contribuição para se aposentar, à
acumulação de aposentadorias e pensões, à forma de cálculo dos benefícios,
entre outros pontos.
O texto, que muda oito artigos da Carta Magna, afeta
servidores públicos – da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios – e trabalhadores da iniciativa privada, atendidos pelo Regime Geral
de Previdência Social (RGPS).
A reforma também afeta trabalhadores rurais, professores e
policiais civis, que hoje contam com aposentadorias especiais. Ficaram de fora
neste momento integrantes das Forças Armadas, policiais militares e bombeiros
militares – mas, segundo o governo, há previsão de projetos para esses
segmentos, que possuem regimes específicos previstos em lei.
A ideia do governo é aproximar os regimes dos setores
público e privado, que, pela proposta, passarão a contar com diversas regras em
comum, entre elas a idade mínima e o tempo de contribuição para aposentadoria.
O texto alcança dois grupos de benefícios: os programáveis
(aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial) e os não
programáveis (aposentadoria por invalidez e pensão por morte).
As novas regras também não afetam os atuais aposentados e
pensionistas. Para as pessoas que já estão contribuindo haverá regras de
transição.
Deficit previdenciário
O objetivo da reforma, segundo o governo, é conter o deficit previdenciário –
diferença entre o que é arrecado pelo sistema e o montante usado para pagar os
benefícios – ocasionado por despesas crescentes e de difícil redução.
Para atacar o problema, a reforma foca no aumento do tempo de atividade do
trabalhador e da base de contribuição ao sistema previdenciário,
também tornando mais rígido o acesso aos benefícios.
Ainda segundo o governo, a mudança vai preparar o sistema
para a mudança demográfica em curso no País, que levará a uma maior quantidade
de idosos e um menor número de nascimentos.
No futuro, haverá mais beneficiários da Previdência e um
menor contingente de contribuintes, pressionando os gastos previdenciários.
Tramitação
A reforma da Previdência será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça
e de Cidadania da Câmara. Se for aprovada a admissibilidade, será criada comissão
especial para
analisar a matéria.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem – Janary Júnior
Edição – Ralph Machado <> Agência Câmara //