Um avião que transportava o time de futebol da Chapecoense caiu na
madrugada desta terça-feira na Colômbia, para onde a equipe viajava para disputar
a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional de Medellín. Oitenta e
uma pessoas estavam a bordo, entre jogadores, jornalistas e tripulantes.
A Polícia do Departamento (Estado) de Antióquia, informou à agência de
notícias Reuters que 76 pessoas morreram e cinco sobreviveram. Entre os
sobreviventes confirmados estão os goleiros Danilo e Follmann, o lateral Alan
Ruschel e o jornalista Rafael Henzel, assim como uma aeromoça, cuja identidade
não foi informada. O mau tempo na região torna mais difícil o trabalho de
resgate, que foi suspenso nas últimas horas por causa da forte chuva. O avião
partiu-se em três pedaços.
O local da queda, próximo a Medellín, no Departamento (Estado) de
Antióquia, é montanhoso e de difícil acesso. Mais cedo, o prefeito da cidade de
Medellín, Federico Gutierrez, informara à agência de notícias France
Presse que 25 pessoas tiveram a morte confirmada e que ao menos cinco pessoas
haviam sido resgatadas com vida.
O avião, um RJ85 da companhia boliviana Lamia, com 17 anos de uso, havia feito
uma escala em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e seguia para Medellín.
Segundo um comunicado do Aeroporto José María Córdoba, de Medellín, a
tripulação comunicou uma emergência por "falhas elétricas" por volta
das 22h15 locais (1h15 de Brasília). A Confederação Sul-Americana de Futebol
anunciou a suspensão da competição e de todas as suas atividades esportivas.
"É uma tragédia de grandes proporções", disse o prefeito da cidade de
Medellín, Federico Gutierrez, à Rádio Blu da Colômbia, quando estava a caminho
do local do acidente.
Um breve comunicado foi publicado na página da Chapecoense no Facebook e
diz: "Em função do desencontro das notícias que chegam das mais diversas
fontes jornalisticas, dando conta de um acidente com a aeronave que
transportava a delegação da Chapecoense, a Associação Chapecoense de Futebol,
através de seu vice-presidente Ivan Tozzo, reserva-se o direito de aguardar o
pronunciamento oficial da autoridade aérea colombiana, a fim de emitir qualquer
nota oficial sobre o acidente. Que Deus esteja com nossos atletas, dirigentes,
jornalistas e demais convidados que estão junto com a delegação."
O clube brasileiro está fretando um voo para levar uma comissão de
médicos e advogados até a Colômbia. O prefeito Elkin Ospina, da cidade de La
Ceja, que fica próxima ao local do acidente, está na região e disse que a
prioridade é a busca por sobreviventes. Segundo Ospina, três passageiros -
jogadores da Chapecoense - teriam sido resgatados com vida. De acordo com a
imprensa colombiana, o piloto do avião teria conseguido descartar todo o
combustível para evitar uma explosão. A Força Aérea da Colômbia informou que o
mau tempo impediu que um helicóptero militar fosse eviado para ajudar no
resgate.
A Chapecoense enfrentaria o Atletico Nacional de Medellín na final da
Copa Sul-Americana, na próxima quarta-feira, em Medellín. O clube colombiano
divulgou uma breve mensagem no Twitter. "O Nacional lamenta profundamente
e se solidariza com @chapecoensereal pelo acidente ocorrido e espera
informações das autoridades". O prefeito da cidade de Chapecó, Luciano
Buligon, deveria ter embarcado no mesmo voo, mas acabou não indo e ficou em São
Paulo. Ele lamentou o acidente e contou que seu nome estava na lista de
passageiros por engano. BBC Brasil //