Revista Galileu // Gregor Samsa
Não, as aulas de biologia não te enganaram. Só os mamíferos alimentam
suas crias com leite produzido no próprio corpo. Mas uma espécie de barata específica,
a Diploptera punctata, adotou uma tática parecida à nossa e abandonou os ovos –
o meio de reprodução padrão dos insetos –
para adotar uma espécie de útero, um órgão especial no interior do corpo em que os filhotes
crescem alimentados por uma substância análoga ao leite.
A barata, sábia, não adotou os polêmicosmamilos,
e não alimenta suas crias após o “parto”. Por isso, a ordenha é impossível.
Para extrair e analisar a substância, os pesquisadores fizeram pequenos cortes
na barriga dos filhotes, onde o líquido, após consumo, se transforma em
pequenos cristais.
O resultado das análises indicou uma
concentração notável de lipídeos, proteínas eaçúcares,
uma composição que, ao que tudo indica, deixaria um pote de whey protein com inveja – são quatro vezes
mais nutrientes que o leite de vaca.
Um pequeno salto para a ciência, um grande passo para a academia do
bairro.
Leonard
Chavas, um dos cientistas que estão por trás da descoberta, perdeu uma aposta
com os demais pesquisadores e precisou tomar um gole da substância. “Tem um
gosto que não se parece com nada em especial”, afirmou à rede americana CNN.
A pesquisa foi resultado de uma colaboração
entre membros do Instituto para Biologia de Células-Tronco e Medicina
Regenerativa em Bangalore, na Índia, com
especialistas de outras instituições.