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11/04/2007 00:00:00

Polícia alagoana em ação


Polícia alagoana em ação

Em uma operação de sucesso das polícias Civil e Militar de Alagoas, um dos maiores bandos de assaltos a residências foi desbaratado no final da tarde desta terça-feira, no município do Pilar, na região da Grande Maceió.

Em uma troca de tiros com a polícia, o assaltante Genival Paulo de Lima, o “Sassá”, foi morto ao tentar reagir à voz de prisão. Também foram presos Lenilson Alves dos Santos, o “Rei da Fuga”, Jamerson Santos de Oliveira e Genercino Paulo de Lima, irmão de “Sassá”, os dois últimos também acusados de pertencer à quadrilha do assaltante Eraldo do Gás.

Genival é autor de dezenas de homicídios, entre eles, de dois policiais militares no bairro do Vergel do Lago e diversos assaltos a residências, ainda quando integrava a quadrilha de Heraldo Bezerra Leite, o Eraldo do Gás.

O grupo de Sassá começou cedo. Quando ele tinha apenas 18 anos, já respondia pelo menos por dois homicídios na região do Trapiche da Barra e Vergel do Lago, uma das vítimas era o então traficante Jailson da Silva, o “Lambada”, crime ocorrido em 2003.

No ano seguinte, ele se associou a um dos maiores traficantes de drogas da região, José Augusto de Jesus, o “Nego Del”. Em novembro de 2004, Nego Del foi preso em companhia de outros dois traficantes, entre eles estava Jamerson Santos de Oliveira.

Na época, Sassá conseguiu escapar do cerco policial. Em seguida, os crimes se sucederam, foi atribuído a ele, pela polícia, os assaltos ao comerciante Antônio Lucena de Araújo, das farmácias Lucena, João de Aquino Lima, dono do posto J Aquino, do presidente do TJ na época, desembargador Estácio Gama, do radialista França Moura, do juiz goiano, Danilo Meireles, do restaurante Costelão Frutos do Mar, em Barra Nova e o assalto à Fundação Pierre Chalita.

O grupo também é acusado por dois homicídios de PMs. O primeiro militar assassinado foi Gilvan Leonardo dos Santos, 44, crime ocorrido em 23 de setembro do ano passado. O militar era acusado pelo bando de pontear as ações do grupo e repassar para a polícia, o que resultou no desmantelamento do grupo liderado por Heraldo do Gás. Assim que saiu da prisão, após receber progressão do regime fechado para o sem-aberto, Sassá procurou o militar e o assassinou. O crime aconteceu no Dique Estrada.

O outro PM executado teria sido Edvaldo Cirilo, que era lotado no 1º BPM. O crime aconteceu uma semana depois do assassinato do PM Gilvan. A polícia afirmou na época que o militar Cirilo estava envolvido com o tráfico de drogas na região. Ele teria um débito grande com Sassá e não pagou, o que ocasionou com a sua morte.

A vingança de Sassá continuava pelo bairro, outra vítima dele foi o vendedor Ailton Santos Araújo de Jesus. Segundo informações da polícia, ele era viciado em drogas e tinha um débito com Sassá. Como não foi quitado ele pagou com a vida, sendo assassinado na rua do Funil, no bairro do Vergel do Lago, em meados de setembro. Outro crime atribuído ao grupo foi o assassinato do também vendedor Arley Wedlan Miranda, 22. O grupo suspeitava que a vítima era ponteiro (olheiro) da polícia e resolveram eliminá-lo. O vendedor foi morto com vários tiros de pistola de uso restrito das Forças Armadas, na frente da esposa e de dois filhos menores.

Sassá foi preso em fevereiro deste ano no bairro do Benedito Bentes. Com ele, a polícia encontrou diversos objetos roubados. O grupo ultimamente vinha investindo contra hotéis na grande Maceió. Ele havia fugido recentemente do sistema prisional.

Apesar de estar à frente do grupo, Sassá não era tão temido quando Jamerson Santos de Oliveira, considerado o mais violento do grupo. Há suspeitas de que Jamerson tenha praticado o estupro a uma das filhas do juiz goiano, na Barra de São Miguel. Ele é considerado pelas autoridades como um homem frio e violento, o “assassino” do grupo.

Jamerson foi preso no ano passado por uma equipe da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) da Capital. Com ele os agentes encontraram dois revólveres e farta munição depois que saía de uma orgia em uma casa no Vergel do Lago. Na época, Jamerson havia foragido do Cadeião. Um fato curioso aconteceu em abril do ano passado quando Jamerson, em companhia de sua esposa, Madai dos Santos, tentou fugir do presídio Rubens Quintella pela porta da frente. O criminoso ainda chegou a entrar em um táxi que estava esperando no pátio do presídio, mas foi barrado na saída do sistema prisional, quando os guardas desconfiaram da ação.

A grande novidade nesta operação foi a descoberta da fusão dos dois grandes grupos de assaltos: o do Sassá com o de Lenilson dos Santos. Lenilson agia de modo semelhante ao grupo de Sassá. Ele escolhia as vítimas e roubava tudo o que podia.

O “Rei da Fuga” , como é conhecido, foi preso no final de 2005 no município de Satuba, quando praticava assalto na região. Em 30 de dezembro ele fugiu da delegacia. O que chamou a atenção na época foi que no mesmo dia em que estava preso na delegacia, no Sistema Prisional constava que ele também estava detido em um dos presídios da capital, onde só teria fugido no dia 2 de janeiro de 2006. O fato nunca foi esclarecido pela Secretaria de Executiva de Ressocialização (SER).

Especialista em roubo de carros e assaltos a residências, Lenilson seqüestrou um comerciante de Atalaia, quando estava na companhia de seu filho de apenas três anos, no dia 15 de abril de 2006. Depois de abandonar as vítimas em um canavial da usina Santa Clotilde, Lenilson fugiu para a cidade de Rio Largo. O comerciante conseguiu pedir socorro e a polícia foi acionada. Uma hora depois, o carro do comerciante foi achado em uma chácara em Rio Largo. Militares do BPRP foram até o local, onde foram recebidos à bala pelos assaltantes, que conseguiram escapar por uma mata. A esposa de Lenilson, Nadja Messias dos Santos, foi presa acuada de roubo. Na residência, os policiais encontraram diversos eletrodomésticos roubados.

No dia 30 de abril, Lenilson foi preso por porte ilegal de armas e por estar dirigindo um carro roubado. Na ocasião, ele estava em companhia de sua esposa, Nadja, que foi liberada em seguida.

Preso, o “Rei da Fuga” foi encaminhado para a carceragem da DRF. No sábado, 6 de maio, sua esposa leva um café “reforçado” com duas serras para o detento. Durante a madrugada do dia seguinte, Lenilson lidera uma fuga de 18 presos. Sua esposa é caçada e capturada pela polícia, enquanto o assaltante fugia.

Um mês depois, em uma ronda de rotina, homens do BPRP desconfiaram de um veículo parado ao lado do cemitério Parque das Flores. Lá estava Lenilson dos Santos, em companhia de outro assaltante. Eles trocam tiros com os militares e fugiram em direção ao Benedito Bentes, onde abandonaram o veículo com três armas dentro, sujas de sangue, o que indicava que um dos assaltantes poderia ter sido ferido.

Horas depois, Lenilson deu entrada na Unidade de Emergência com um nome falso, ferido com um tiro no ombro, dizendo que fora vítima de um assalto. Ele foi medicado e fugiu da unidade antes que os policias que estavam de plantão checassem as informações.

Dois meses depois, após um assalto no Conjunto Henrique Hequelman, a quadrilha de Lenilson é perseguida. A polícia fechou o cerco a uma residência em Santa Luzia do Norte. Novamente houve troca de tiros e Lenilson conseguiu escapar pulando um muro e fugindo para uma mata fechada.

Na ocasião foram presos Alexandre Estevão da Silva, Ediene Antônio da Silva e Cícero Ferreira da Silva. Com eles, os policias encontraram dezenas de aparelhos eletrônicos e um carro roubado.

Lenilson finalmente é preso na cidade de Boca da Mata, junto com outros comparsas. Ele foi conduzido novamente para Maceió, onde ficou sob forte esquema de segurança, rodando em diversas delegacias, entre elas, a Regional de São Miguel dos Campos, onde tentou escapar pelo telhado, sendo detido por agentes de plantão, que efetuaram vários disparos contra o fugitivo que se entregou. Conduzido para o Sistema Prisional, ele gozou de bom comportamento e foi para o semi-aberto, onde prosseguiu com a onda de assaltos.

Praticou alguns delitos e foi reconhecido por testemunhas, em fevereiro deste ano. Foi para o Cadeião, onde fez jus ao apelido e novamente o “Rei da Fuga” saiu sem maiores problemas no dia 5 de março deste ano.

Novamente preso, a sociedade espera, torcendo para que não aconteça, a nova fuga de Lenilson Alves. As apostas já estão abertas. Quando será a nova escapada do “Rei da Fuga?”.

O que chama a atenção é que todos do grupo estavam foragido do sistema prisional, o que faz com que a sociedade cobre dois pontos cruciais: A reforma do código Penal Brasileiro e uma melhor estrutura das nossas delegacias e principalmente do Sistema Prisional Alagoano, que é uma piada.

Fonte e Fotos - www.alagoas24horas.com.br



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