A CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, atingiu uma eficácia geral de 50,38%. O patamar atingido está acima dos 50% mínimo determinado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aprovação em caráter emergencial.
Ao todo, foram registradas 85 infecções no grupo de 4.653 voluntários vacinados, e 167 casos confirmados nos 4.599 voluntários que tomaram um placebo.
O dado, adiantado pelo jornal Folha de São Paulo, foi divulgado pelo governo de São Paulo em coletiva de imprensa nesta terça-feira (12) após o governador João Doria (PSDB) anunciar, na semana passada, que o imunizante atingiu 78% de eficácia em casos leves e 100% em casos graves e moderados.
Na coletiva, Butantan reiterou os dois percentuais passados anteriormente.
O número completo — que envolve os voluntários infectados, mas que não precisaram de assistência médica — não havia sido revelado até agora e foi alvo de contestações por pesquisadores, que cobraram mais transparência ao Butantan. O motivo da ausência seria o contrato que o Butantan firmou com a Sinovac Biotech.
A justificativa do percentual, segundo o Butantan, foi a escolha de “endurecer” o teste de fase 3 da CoronaVac ao selecionar para o voluntariado apenas profissionais da saúde, grupo que está diretamente exposto ao contato com o vírus e, portanto, com mais chance de se contaminar.
Os dados do teste indicam, segundo o instituto, que a CoronaVac não registrou eventos adversos graves. As reações alérgicas ocorreram em 0,3% dos participantes, não havendo diferenças entre o grupo que recebeu a vacina e o grupo do placebo.
“Temos uma vacina que foi testada na vida real, o meio de uma pandemia e naqueles que eram mais expostos. Encontramos como resultado eficácia, segurança e temos essa vacina aqui”, ressaltou o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn.
PERCENTUAL ABAIXO DOS 60%.
Pesquisadores ouvidos pelo portal UOL, na segunda-feira (11), afirmaram que a eficácia geral da CoronaVac ficou abaixo dos 60%.
A previsão do governo paulista é que a imunização no estado comece no próximo dia 25 utilizando a CoronaVac. O uso, no entanto, depende que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conceda autorização para uso emergencial da vacina.
O pedido foi protocolado na sexta-feira (8) na agência, que agora terá um prazo de até 10 dias para analisar todos os documentos enviados pelo Butantan dos estudos da fase 3 dos testes da vacina no país.
Entretanto, no sábado (9), a agência enviou oficio ao Butantan pedindo a apresentação de informações complementares, após concluir triagem inicial de documentação apresentada na véspera.