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Mundo
28/09/2020 05:00:00

Conflito armado se acirra na fronteira Armênia-Azerbaijão

Há cerca de 30 anos armênios e azerbaijanos disputam o território fronteiriço de Nagorno-Karabakh, apesar de cessar-fogo declarado


Conflito armado se acirra na fronteira Armênia-Azerbaijão

O Azerbaijão condenou "veementemente" neste domingo (27/09) a investida militar da Armênia na região separatista de Nagorno-Karabakh, na fronteira entre os dois países, que teria resultado em mortes na véspera. Por sua vez, o governo armênio convocou à "mobilização geral".

Em declaração divulgada no Twitter, o conselheiro do presidente do Azerbaijão, Hikmet Hajiyev, sublinhou que o país "condena veementemente o novo ato de agressão da Armênia". Acusando as Forças Armadas do país vizinho de terem violado o cessar-fogo bilateral, ele mencionou um "bombardeio que afetou áreas densamente povoadas por civis".

"Há relatos de mortos e feridos entre civis e miliares", acrescentou Hajiyev, atribuindo a responsabilidade das ofensivas ao bloco armênio, por ter "deliberadamente atacado áreas residenciais".

Já o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian, fez um apelo à "mobilização militar geral" através do Facebook, exortando o pessoal ligado às Forças Armadas a se apresentar em suas comissões militares territoriais. Segundo o correspondente da DW em Ierevan, numerosos cidadãos se reuniram no centro da capital armênia, dispostos a partir para o front.

Horas antes, o premiê denunciara em tuíte uma ofensiva do Azerbaijão "com ataques aéreos e de mísseis", anunciando o abate de dois helicópteros e três drones azéris, assim como a destruição de três tanques.

Homens reunidos em rua de Ierevan, Armênia

Cidadãos armênios se dispõem a partir para a luta

Não há dados seguros sobre se os disparos partiram das forças governamentais armênias ou de rebeldes de Nagorno-Karabakh. Pashinian assegurou, ainda, que o Exército armênio tudo fará para "proteger a pátria da invasão".

Araik Harutyunyan, presidente da autoproclamada República de Nagorno-Karabakh também declarou "lei marcial e mobilização militar" numa sessão parlamentar de emergência. O território é um enclave de etnia armênia no Azerbaijão, fora do domínio azéri desde 1994. Ambos os lados mantêm forte presença militar ao longo de uma zona desmilitarizada que separa a região do resto do Azerbaijão.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, classificou como "altamente preocupante" o retorno da violência na região, afirmando no Twitter que "a volta imediata às negociações, sem pré-condições, é o único modo de seguir adiante".

Azerbaijão e forças rebeldes chegam a acordo de cessar-fogo

O conflito armênio-azerbaijano data dos tempos soviéticos: em fins dos anos 80 a população majoritariamente armênia de Nagorno-Karabakh pediu para o território ser incorporado à vizinha Armênia. A subsequente guerra durou seis anos, causando cerca de 25 mil mortes. No fim, as forças armênias assumiram o controle de Karabakh.

Apesar de o conflito entre os dois países ter se concluído oficialmente em 1994, as tensões e confrontos na região separatista se mantiveram, mesmo com a assinatura de um cessar-fogo em 2016. Os atuais choques armados são os mais pesados desde então.

O Azerbaijão defende que a solução do conflito com a Armênia envolve necessariamente a libertação dos territórios ocupados, exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A Armênia, por seu lado, apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh, defendendo a participação dos representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.

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