Em discurso de posse como ministro da Educação, o professor e pastor Milton Ribeiro fala de "diálogo com acadêmicos e educadores”, de "incentivo a cursos profissionalizantes” e desmente que tenha incitado a "violência física na educação escolar”. Com covid-19, o presidente Jair Bolsonaro participou virtualmente da cerimônia e assinou a nomeação do Palácio da Alvorada.
"Jamais falei em violência física na educação escolar e nunca defenderei tal prática, que faz parte de um passado que não queremos de volta”, disse, Milton Ribeiro, no discurso. A fala do novo ministro é a primeira declaração que ele faz menção ao conteúdo de vídeo de 2016, em que ele, na condição de pastor durante um culto, defende que a dor deve ser usada para educar crianças. A gravação circula na internet desde que o presidente da República o anunciou como novo ministro da Educação, na sexta-feira passada.
"A correção é necessária pela cura. Não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves. Talvez uma porcentagem muito pequena de criança precoce, superdotada, é que vai entender o seu argumento. Deve haver rigor, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: deve sentir dor", disse Ribeiro, na gravação, mesmo após a sanção da Lei da Palmada, que, desde 2014, estabelece que crianças sejam educadas e cuidadas sem o uso de castigo físico ou de "tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação".