Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) indica que a economia brasileira desabou 5,9% em março, quando a pandemia do novo coronavírus estava só começando a afetar a atividade econômica nacional.
O IBC-Br de março foi divulgado nesta sexta-feira (15/05) pelo Banco Central e também indica que o PIB do Brasil caiu 1,95% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2019. Em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, contudo, a contração seria de 0,28%.
Ao divulgar a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central já havia admitido que a pandemia do novo coronavírus vai provocar uma forte contração na economia brasileira neste primeiro semestre, em especial no segundo trimestre. O governo federal também admitiu o baque, revisando de 0,02% para -4,7% a projeção para o PIB de 2020.
O cálculo do IBC-Br para a contração registrada no primeiro trimestre, contudo, está mais em linha com as projeções do mercado financeiro do que as contas do governo. É que, apesar de a covid-19 ter provocado a paralisação de boa parte da economia brasileira só a partir da segunda quinzena de março, o mercado espera uma queda superior a 2% do PIB já no primeiro trimestre. O Itaú, por exemplo, projeta uma contração de 2,1% e a XP, de 2,2%. E o baque de 1,95% apontado pelo IBC-BR está mais próximo desse número do que a contração de 1,6% projetada pelo governo para os três primeiros meses do ano.
O mercado, por sinal, já falou que a própria previsão do governo de que a queda anual será de 4,7% pode ser otimista. Afinal, o governo espera o fim do isolamento social no fim deste mês e ainda projeta uma recuperação rápida, com alta de 3,6% já no terceiro trimestre, enquanto os analistas dizem que essa retomada será mais lenta, já que muitos brasileiros sairão da pandemia com menos renda e, portanto, com menos disposição para consumir e investir.
O cálculo oficial do Produto Interno Bruto, contudo, cabe ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que já apontou quedas significativas nos principais setores produtivos brasileiros em março (retração de 9,1% na indústria, de 2,5% no varejo e de 6,9% nos serviços) e vai divulgar o dado oficial do PIB do primeiro trimestre deste ano no próximo dia 29.
Correio Braziliense
