Dezenas de policiais militares realizam um protesto na frente do Tribunal de Justiça (TJ), na Praça Deodoro, no centro da cidade, no final da manhã desta terça-feira (3), contra a revisão nos trâmites de promoções dentro da corporação, referendada pelo TJ/AL. As despromoções partiram de medidas tomadas pelo governador Renan Filho (MDB). Ao todo, cerca de 500 militares foram afetados com a decisão do governo do Estado.
Alagoas têm, em média, 6 mil PMs; destes, cerca de 12% foram afetados com a medida. Os policiais citam ser uma articulação política do governador, "provocada a pedido da PGE [Procuradoria Geral do Estado], articulada politicamente pelo Renan Filho", conforme criticou Wagner Simas, presidente da Associação das Praças da PM e CBM de Alagoas (ASPRA/AL). O ato, que contou com várias faixas, não atinge o efetivo de militares trabalhando nesta terça-feira, já que todos que aderiram ao protesto estão de folga.
Militares exibiram faixas durante protesto na Praça Deodoro, no Centro
FOTO: WILLIAM MAKAISY
"Aqui estamos tentando sensibilizar o presidente do TJ, desembargador Tutmés Airan, para pedir pauta do julgamento do nosso agravo [recurso judicial], uma vez que, em uma decisão monocrática, ele avocou diversos processos de primeiro grau e, com essa decisão, despromoveu mais de 500 militares. Então, a gente entrou com um agravo, já tem mais de três meses, e o prazo para o julgamento já se extrapolou. Não temos nenhum posicionamento por parte do presidente do TJ em colocar o agravo em pauta para o pleno deliberar", criticou Wagner Simas.
"A Justiça tem que ser imparcial, e é isso que os policiais militares esperam dela. Não podemos ser impedidos de conseguir nossos direitos. O que está acontecendo é um retrocesso. Ganhamos direitos que, depois, foram retirados. Este ato mostra que os policiais não estão parados, e vamos lutar pelos nossos direitos", reforçou Wellington Fragoso, major da Polícia Militar (PM) e ex-presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal).
Policiais militares durante ato público em frente ao Tribunal de Justiça
FOTO: WILLIAM MAKAISYGazetaweb