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Maceió
24/08/2019 14:30:00

Moradores do Pinheiro, Bebedouro e Mutange protestam pelas ruas de Maceió


Moradores do Pinheiro, Bebedouro e Mutange protestam pelas ruas de Maceió

A indignação ganhou as ruas de Maceió nesta sexta-feira (23) durante ato realizado por moradores do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, bairros afetados pela instabilidade do solo em decorrência da extração de minério. A multidão carregou bandeiras brancas, fogos de artifício, caixão e anunciaram que estavam ali para cobrar mais empenho das autoridades na liberação de recursos, além de assistência às famílias. A manifestação terminou por volta das 19h30.

Agentes da SMTT, da Polícia Militar e da Força Tarefa acompanham o protesto que teve a concentração no Pinheiro e seguiu em direção à Avenida Fernandes Lima. "Nós estamos buscando moralidade, celeridade no processo, com relação a ajuda humanitária e indenizações. Querem que a comunidade se retire, mas qual a garantia que é dada pela prefeitura? Nenhuma. Nós temos que ter assistência social, porque até agora não entrou nada para a comunidade do Mutange. Outra prioridade é a liberação do FGTS para os trabalhadores do Mutange. Essa burocracia toda está nos deixando irritado", denuncia Arnaldo Manoel, presidente da Associação dos Moradores do Mutange.

 

Moradores criticam descaso do governo Renan Filho com problemas

FOTO: ANDIRA MIRANDA

Os manifestantes alegam que, apesar dos riscos que estão correndo, não há efetivamente uma ação por parte do Estado para minimizar o sofrimento das famílias. "Esperamos que apareça alguma autoridade do Município ou do Estado pra trazer alguma solução favorável pra nós. Indenização para as 2.500 famílias do Mutange e 1.600 do Bebedouro, porque a Justiça desbloqueou os recursos, mas isso tudo foi para o brejo. A população está aflita, principalmente nos lugares mais afetados, e, até agora, não houve nenhum resultado efetivo e assistência", afirma Augusto Cícero, presidente da Associação dos Moradores de Bebedouro. 

"Queremos o direito que está sendo tirado da gente, como o aluguel social que prometeram e até agora não saiu. Não pretendo sair de lá, porque não tem nenhuma garantia e não deram nenhuma assistência. Não queremos perder a casa, ainda mais porque não ganhamos salário pra bancar outro lugar. Me sinto humilhada", afirma Rosângela da Silva Monteiro, moradora há 5 anos do Mutange.

 Diante do apelo dos moradores, chama atenção o fato de que nesse período o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, chegou a enviar um ofício pedindo uma reunião com Renan Filho (MDB) em busca de uma parceria para uma série de ações conjuntas nos bairros afetados entre as gestões. Apesar do apelo do prefeito realizado em maio, até o momento o ofício não foi respondido pelo governador. 

Em maio deste ano, um laudo apresentado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), apontou durante audiência pública que a instabilidade no solo nos bairros do Pinheiro, Bebedouro e Mutange, em Maceió, foi provocada pela extração de sal-gema. 

"A Braskem está nos torturando. A gente sai e quem sai quer voltar. Ficamos nesse dilema, com medo. Procuramos o aluguel social e depois suspenderam. Esperamos que olhem por nós, porque queremos sossego e paz. Queremos que eles cumpram também o que prometeram. Estão cortando a luz para não voltarmos pra casa. Que eles derrubem as casas, mas primeiro deveriam garantir a nossa moradia", denuncia Valderez Pinheiro, moradora do Mutange há 41 anos.

Moradores alegam que estão sendo abandonados pelas autoridades 

FOTO: ANDIRA MIRANDA


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