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Economia
10/04/2019 13:00:00

Projeção de crescimento do PIB de 2019 cai pela sexta vez consecutiva

O ano começou com perspectivas de crescimento de 2,5%, mas 100 dias depois do começo do governo, tombaram


Projeção de crescimento do PIB de 2019 cai pela sexta vez consecutiva

A projeção do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) teve a sexta queda consecutiva. Segundo o relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), os analistas estão menos confiantes com o desempenho da atividade econômica neste ano. A perspectiva dos economistas é de crescimento de 1,97%, frente ao aumento de 1,98% estimado na publicação anterior. O atraso na reforma da Previdência, com a articulação política do governo federal fragilizada, foi um dos motivos para o desânimo dos analistas.

O ano começou com perspectivas de crescimento de 2,5%, mas 100 dias depois do começo do governo, tombaram. Para a economista Daniela Casabona, sócia-diretora da FB Wealth, o início do governo foi marcado por desencontros, apesar do otimismo com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência. “Fomos acompanhando uma desunião do presidente com deputados.  Acompanhamos alfinetadas entre ministros e presidente da Câmara, que fizeram o mercado retomar a cautela e baixar expectativas, impactando em uma forte oscilação da bolsa de valores”, disse. “De certa forma, o governo está iniciando de maneira negativa e isso tem refletido nas pesquisas de opinião pública, que registraram a pior avaliação após os três meses de mandato”, completou.
 
A taxa de crescimento se aproxima cada vez mais do nível obtido em 2017 e 2018, quando a atividade expandiu 1% e 1,1%, respectivamente. Os últimos resultados ficaram muito aquém do esperado. Em 2015, a expansão do PIB foi de de 3,8% e em 2016, de 3,6%.
 
A economia não engrena, mesmo com as baixas estimativas para a inflação e para os juros. Ainda segundo projeções do Focus, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá terminar 2019 em 3,9%. A pretensão do Comitê Monetário Nacional (CMN) é de que a variação de preços fique no máximo em 4,25%, o centro da meta de inflação. Já a taxa Selic se manterá em 6,5% ao ano, de acordo com as estimativas.
 
Segundo Daniela Casabona, apesar das tensões e acontecimentos dos últimos três meses, ainda é possível ter esperança. “Talvez a reforma da Previdência seja aprovada de forma mais desidratada. De qualquer forma, a votação pode demorar mais do que o esperado; então, ainda vamos acompanhar bastante a volatilidade nos mercados”, afirmou.
 
Enquanto não houver indícios mais claros de que o governo federal está perto de chegar a um acordo com os parlamentares para a reforma da Previdência, as incertezas continuarão e, consequentemente, os investimentos na economia seguirão baixos. “A confiança está corrigida para baixo, junto com a expectativa de crescimento. De certa forma, isso compromete a retomada de investimento”, disse Fábio Bentes,  economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ele citou a possibilidade de o Banco Central reduzir ainda mais os juros para estimular o crescimento. “Poderia cair para 6% ou 6,25% ao ano, o que sinalizaria que o governo tenta destravar parte da economia via crédito, mas o Copom (Conselho de Políticas Monetárias do Banco Central) não tem viés nisso”, analisou.
 
Correio Braziliense


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