O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) abre as inscrições na próxima terça (22) para candidatos disputarem uma vaga nas universidades públicas participantes. São 235.476 vagas em 129 instituições de todo o país. A seleção se encerra na sexta (25).
A inscrição é feita pela internet com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deve ser divulgada na próxima sexta (18), segundo o calendário do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova.
No entanto, o ranking de selecionados é dinâmico e muda ao longo do período de inscrição.
Em 2018, 5,5 milhões de pessoas se inscreveram para fazer o Enem. Destes, 29,2% faltaram. Ainda assim, se todos os estudantes que fizeram o Enem tentarem se inscrever no Sisu, a concorrência será acirrada.
Para Ivo Carraro, orientador educacional do Curso Positivo, de Curitiba, psicólogo e autor do livro “Profissões: pais preocupados, filhos inseguros’’, processos seletivos sempre aumentam a tensão dos inscritos. Mas, o fato de o Sisu alterar a nota de corte uma vez ao dia ao longo do processo de inscrição faz com que a tensão se eleve.
Com adolescentes, o nervosismo pode ser maior, diz Carraro, por causa da influência do hormônio do estresse no organismo e pela inexperiência com situações tensas.
Unindo jovens ansiosos a um processo seletivo demorado, tem-se o cenário propício para uma bomba de ansiedade.
“Muitas vezes este é o primeiro grande desafio da vida destes jovens. A ansiedade está ligada às coisas do futuro. Todos desejam ter sucesso naquilo que empreendem, mas surge o medo de que não dê certo”, diz Ivo Carraro, psicólogo, escritor e coordenador do curso Positivo.
Já Renato Pellizzari, professor de história e coordenador de vestibular do colégio QI, do Rio, diz que a tensão pode até ajudar na decisão final.
“É uma angústia, sim, mas é importante até para tomar a decisão final, porque o estudante pode alterar as opções quando quiser. Por isso, essa angústia é necessária”, fala.
Para aliviar a tensão, a dica de Carraro é fortalecer a razão.
“O aluno tem que lidar com a razão em vez da emoção. Precisa saber que já fez o Enem, já tem a pontuação. O que fez está feito, não tem como mudar.”
Caso o estudante sinta os sintomas comuns da ansiedade, como taquicardia, sudorese e insônia, é hora de se acalmar.
“Procure um abraço dos seus pais, faça um passeio, tire o foco da seleção”, fala Carraro.
Pelizzari sugere que o estudante analise todas as possibilidades e saiba que há outras saídas, caso a vaga desejada não seja conquistada.
“O importante para a família e candidatos é saberem lidar com todas as possibilidades durante o processo, ter a consciência de todas as alternativas. Tem que fazer um planejamento e pensar na chance se não conseguir a vaga, saber que a vida continua”, diz.