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Mundo
08/09/2018 09:30:00

ONU alerta que ataque em Idlib pode provocar pior tragédia da guerra na Síria


ONU alerta que ataque em Idlib pode provocar pior tragédia da guerra na Síria
Ilustração

A ONU alertou nesta sexta-feira que uma ofensiva do governo da Síria contra a província de Idlib, o último reduto da oposição no país, pode provocar a pior catástrofe humanitária da guerra que abala a região há mais de sete anos.

"Uma batalha por Idlib seria uma batalha horrível e sangrenta. Os civis são as potenciais vítimas e há riscos, em caso de um ataque em grande escala, de incidentes ou de uma rápida escalada entre atores regionais e internacionais", alertou o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

O diplomata participou por videoconferência de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU que analisa a situação em Idlib. Em Teerã, os presidentes de Irã, Rússia e Turquia estão reunidos para decidir o destino do reduto de oposição a Bashar al Assad.

De Mistura, o principal mediador internacional no conflito, reforçou a importância de impedir a ofensiva preparada pelo governo de Al Assad e seus aliados.

O enviado especial da ONU explicou que há grupos terroristas em Idlib, como afirma o governo da Síria, mas opositores que foram para a região em acordos com as autoridades locais também estão na província. Além disso, há um grande número de civis.

O representante da ONU disse ao Conselho de Segurança que tem propostas sobre possíveis métodos para "separar" os terroristas dos outros rebeldes armados.

A intenção original era apresentar essas propostas em conversas individuais com os diplomatas de cada país, mas os Estados Unidos pediram que De Mistura apresentasse o plano em público.

O pedido foi feito para que os americanos cumprissem sua promessa de realizar todas as reuniões do Conselho de Segurança deste mês, período no qual o país ficará na presidência rotativa do órgão, em formato aberto.

Segundo a ONU, 98,5% das 2,9 milhões de pessoas que vivem em Idlib são civis. Mais da metade são crianças.

"Depois de Idlib, não há outro Idlib", disse De Mistura, ressaltando o papel da província como refúgio de uma população que fugiu das zonas rebeldes à medida que eram recuperadas pelo governo.

O diretor de Operações Humanitárias da ONU, John Ging, também participou da reunião para explicar os preparativos do órgão para atender a população em caso de uma ofensiva.

"Um ataque pode criar uma emergência humanitária de uma escala ainda não vista", disse Ging.



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