Todos os policiais da “frente da Lava Jato” se comprometeram a defender as mesmas pautas no Legislativo com relação à segurança pública e a atuar na defesa dos interesses da categoria. Um desses interesses é impedir que sejam instaladas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para investigar os policiais investigadores (como está sendo proposto com a CPI da Lava-Jato).
Formamos essa frente Lava Jato para tentar aproveitar esse momento de combate à corrupção. Por mais que o nome provoque amores e desamores em parte da população, entendemos que há mais pontos positivos do que negativos.
Afirmou Luis Boudens, presidente da Fenapef.
Outra característica em comum entre os candidatos policiais é o de se afastar de partidos vistos como de esquerda.
Depois do mensalão e da Lava Jato, o PT e os partidos ligados a ele ficaram marcados pela corrupção. Nossos policiais que eram filiados a uma dessas legendas ou se desligaram ou desistiram de concorrer.
Disse Boudens.
Atualmente, dos 513 deputados federais, apenas dois são Policias Federais. Um deles é Eduardo Bolsonaro (PSL-MA), filho do deputado federal e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL-RJ). A meta para 2018 é eleger entre cinco e sete policiais federais para cargos legislativos.
Personagens famosos
Dois personagens da Polícia Federal que ganharam notoriedade com a Operação Lava-Jato desistiram de disputar as eleições de 2018. Newton Ishii, o “japonês da Federal”, e Lucas Valença, o “hipster da Federal”, chegaram a ensaiar a entrada para a política, mas não vão se candidatar.
Ex-juízes e ex-delegados
Outras categorias ligadas à Justiça, como juízes, delegados e peritos judiciais, também devem apresentar candidatos para as próximas eleições.
Porém, ao contrário dos policiais, estas categorias não são tão organizadas enquanto classe: chegaram a realizar reuniões esporádicas com colegas e com as entidades que os representam, mas não receberam apoio financeiro ou logístico.
Segundo a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, 14 delegados devem ser candidatos a cargos no Legislativo e Executivo.
Dentre os juízes que largaram a magistratura para se candidatar estão Odilon de Oliveira (PDT-MS), Márlon Reis (REDE-TO), Wilson Witzel (PSC-RJ), Julier Sebatião (PDT-MT) e Selma Arruda (PSL-MT).
Com informações de El País e Estadão.