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Polícia
11/06/2018 10:00:00

Presídios ganham bloqueadores de sinal de celular


Presídios ganham bloqueadores de sinal de celular
Ilustração

conteúdo gazeta de alagoas

Por trás das grades, cercado de muros e de agentes de segurança é possível ordenar crimes. Mandar matar, organizar a distribuição de drogas, planejar roubos e ataques. Para isso, basta o criminoso ter acesso ao aparelho celular, conectando-o a quem está fora. Impedir que o telefone chegue aos presos tem sido uma missão difícil, então é preciso usar a própria tecnologia, bloqueando o sinal, impedindo a comunicação. É isso que o sistema prisional tem feito pelo Brasil afora.

Em Alagoas, os bloqueadores de sinal de celulares já são uma realidade – antes somente o Presídio do Agreste dispunha desse recurso. A previsão é de que até o fim deste ano, as unidades prisionais da capital – Cadeião, Baldomero Cavalcanti, Cyridião Durval, Presídios de Segurança Máxima 1 e 2 – recebam esses equipamentos.

O coronel Marcos Sérgio de Freitas, secretário de Estado da Ressocialização e Inclusão Social, informa que os equipamentos – adquiridos via Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) – vão reforçar as ações de combate ao crime organizado em Alagoas. “Os bloqueadores nos presídios são sim uma realidade. Em breve estaremos com a totalidade da implantação. Essa era uma das últimas tecnologias no Estado que estava faltando”, declara o coronel.

Além do bloqueador, de acordo com o secretário, será implantado também body scanner. “Ou seja, é um avanço nessa parte de revista daquelas pessoas que entram no sistema prisional. A gente acredita que no Estado de Alagoas, com os bloqueadores e o body scanner, teremos uma máxima de qualidade e segurança no serviço prisional”, avalia o secretário de Ressocialização e Inclusão Social. 

“Nós estamos instalando nas unidades prisionais, no Cadeião, no Baldomero e no Cyridião Durval. A mais avançada é no Cadeião, que estamos em teste. É muito complexo porque envolve a instalação de equipamentos, tem que preservar os vizinhos, o entorno do sistema prisional e fazer essa calibragem que é uma coisa muito técnica”, acrescentou Marcos Sérgio.

“O processo licitatório foi para três: Cadeião, Cyridião e Baldomero e dentre em breve, assim que instalarmos, vamos para o PSM 2 (Presídio de Segurança Máxima). Nós já temos bloqueadores de celular com efetividade no Presídio do Agreste. Os recursos são federais, do Funpen, que foram descontingenciados no final de 2016, e a modalidade é prestação de serviço. É uma empresa que vai prestar esse serviço. Essa empresa já presta serviço no sistema prisional do Acre e nós aderimos, assim como outros estados”, explicou o coronel.

CONTRA A CRIMINALIDADE

A reportagem da Gazeta questionou o secretário Marcos Sérgio se não seria mais prático impedir – de forma efetiva – a entrada de aparelhos celulares nos presídios, em vez da necessidade de instalação de bloqueadores. “A gente trabalha com redundância, porque nós temos o trabalho dos agentes penitenciários, fazendo revista e busca pessoal nos visitantes. Nós acreditamos na tecnologia. O governador Renan Filho vem com essa diretiva de implementar no Estado de Alagoas tecnologias que proporcionam mais eficiência, mais resultados positivos além dos serviços de busca pessoal que já é realizado. Não vou dizer que a gente não consegue impedir que esses celulares não entrem no sistema prisional, digo que é um trabalho árduo, um trabalho dificílimo, assim como é no presídio federal também”, justifica o secretário de Ressocialização.

A Gazeta reforça a pergunta com outro questionamento. A implantação dos bloqueadores será um grande golpe contra o crime organizado? “É um fato. A Secretaria de Segurança tem essa confirmação de que ordens para o cometimento de delitos partem do sistema prisional, justamente por estarem dentro do sistema prisional aqueles líderes de organizações criminosas, aquelas pessoas mais audaciosas para o cometimento do delito, que infelizmente usam do artifício do telefone celular para emanar essas ordens”, acrescentou o secretário de Ressocialização.

De acordo com informações repassadas pela Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social, a locação de “bloqueios de sinais de radiocomunicação” foi feita à empresa Polsec Indústria e Comércio de Equipamentos de Segurança para o Presídio Baldomero Cavalcanti, Cyridião Durval e Casa de Custódia da Capital (Cadeião). O valor do contrato é de R$ 172.500 mensal e anual de R$ 2.070.000,00.

Já a locação de scanner corporal foi feita à empresa VMA SISTEMAS DE SEGURANÇA LTDA para os presídios Baldomero Cavalcanti, Cyridiao Durval, Casa de Custódia da Capital, Presídio de Segurança Máxima, Penitenciária de Segurança Máxima PSM 2 e Presídio do Agreste. O valor unitário do equipamento é de R$ 19,9 mil, mensal de R$ 119,9 mil e anual de R$ 1.439.199,36.



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