Durante a sessão de julgamento desta quarta-feira, 11, o ministro Gilmar Mendes, que tem criticado a imprensa, colegas da Suprema Corte e juízes brasileiros, mirou no Ministério Público Federal (MPF) ao dizer que a corrupção chegou à Operação Lava Jato e à Procuradoria-Geral da República. O ministro lembrou aos colegas da atuação da ex-advogada da JBS Fernanda Tórtima e do ex-procurador da República Marcelo Miller.
Em setembro, o procurador Sidney Madruga foi flagrado em conversa com a advogada Fernanda Tórtima dizendo que a "tendência" era investigar o ex-chefe de gabinete do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, o procurador regional Eduardo Pelella.
Já Miller é investigado por supostamente ter atuado de forma ilícita na negociação das colaborações premiadas dos executivos da J&F. Ele teria recebido R$ 700 mil do grupo J&F entre fevereiro e março de 2017, quando ainda exercia as funções no MPF - ele deixou a carreira em abril de 2017. "Clássico de corrupção, isso tem que ser investigado e tem que ser dito, é óbvio que um abuso está ocorrendo", afirmou Gilmar.