Quase metade
dos brasileiros não sabe que o diabetes pode causar cegueira. É o que aponta
uma pesquisa conduzida pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), em
parceria com a Bayer, que analisou o grau de percepção da população com relação
às complicações oculares ocasionadas pela doença. A pesquisa foi feita em oito
capitais brasileiras: Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Recife, Porto
Alegre, São Paulo, Brasília e Salvador, com 4 mil pessoas.
Entre
os entrevistados que não têm diabetes ou não possuem ninguém na família com a
doença, 45% desconhecem a relação entre a doença e a perda da visão. Já entre
os diabéticos ou que têm familiares portadores da doença, mesmo sendo a perda
da visão uma das complicações mais temidas (29%), 57% nunca ouviram falar de
retinopatia diabética e edema macular diabético, principais complicações
oculares da doença.
O
edema macular diabético (EDM) é uma complicação do diabetes, assim como a retinopatia
diabética (RD), e ambos são causados pelo aumento de açúcar no sangue, levando
a alterações nos vasos sanguíneos de todo o corpo, incluindo os vasos do olho,
especificamente da parte posterior do olho chamada de retina (RD) e de sua
porção central denominada mácula (EMD).
No
caso do EMD, existe um vazamento de fluído dentro da mácula, região central da
retina que dá nitidez e foco às imagens. A presença de fluído causa perda
severa de visão e pode levar à perda da visão central. Os principais sintomas
do EMD são manchas na visão, distorção de imagens, fotofobia, diminuição do
contraste e visão de cores, além de alterações no campo de visão.
"Em
relação ao diabetes, já se observa níveis de epidemia no Brasil. À medida que
esses números aumentam, proporcionalmente cresce o número de indivíduos que
correm o risco de desenvolver essas complicações oculares", afirma o
médico endocrinologista Dr. Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de
Diabetes.
Outro
ponto preocupante apontado pela pesquisa é que entre os entrevistados que
possuem a doença ou têm algum caso na família, 38% afirmaram que seus
respectivos endocrinologistas nunca pediram exame de fundo de olho, fundamental
para o diagnóstico precoce da complicação ocular, e cerca de 10% nunca passaram
por uma consulta com um oftalmologista durante o tratamento. Cenário que
explica outro dado, 49% afirmaram terem dito diagnóstico tardio de complicação
ocular.
Cerca
de um terço das pessoas com diabetes desenvolvem algum grau de dano ocular,
segundo o IDF. Sem o tratamento adequado, esses pacientes podem perder mais de
duas linhas de visão em menos de dois anos.
No
último mês, a ANVISA aprovou uma nova terapia para o Edema Macular Diabético,
através da inibição da formação de novos vasos na retina, além de atuar na
inflamação causada pela doença. O Eylia® (aflibercepte), da Bayer, é um
antiangiogênico, ministrado por injeção intravítrea (dentro do olho), que
apresenta mecanismo de ação exclusivo permitindo uma duração de atividade
dentro do olho maior que a dos outros medicamentos.
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