Déjà vu. É o que o torcedor alagoano sentiu quando viu o CRB levando o primeiro gol. É que, em 2009, outro time alagoano, o ASA de Arapiraca, chegou à final com tudo, com um belo retrospecto, mas não conseguiu o título inédito, diante do América-MG.
Bem como o alvinegro, o Galo da Praia não levou o tão desejado caneco. A bem da verdade, o plantel foi aguerrido, raçudo. Não abriu em nenhuma dividida; não temeu a gritaria da torcida catarinense. Nem tremeu diante dela.
Jogando com o segundo uniforme, de branco, o CRB deu a saída de bola, mas não imaginou que iria buscá-la quatro vezes no fundo das redes.
O Joinville fez seu dever de casa, literalmente, uma vez que em Maceió, no Estádio Rei Pelé, o time de Alagoas não teve a competência de abrir um bom placar e segurar o jogo na casa do adversário.
O placar de 3 a 1 deu à equipe de Santa Catarina mais tranquilidade nesta reta derradeira. O jogo, então, foi feito em cima do erro do CRB.
Apesar de estar com Cadu e Aloísio Chulapa – que logo sentiu a perna – para mostrar um ataque mais ofensivo, o CRB não conseguiu marcar na Arena Joinville. Também não conseguiu segurar o avanço contínuo do tricolor catarinense, que marcou o primeiro gol aos 44 do 1º tempo, com Lima, em uma cabeçada certeira após cruzamento da esquerda. A zaga dormiu.
Na segunda etapa, o técnico do Galo, Paulo Comelli, e trocou o volante André Luiz pelo atacante Paraíba – no fim do jogo, ele falou que o mais importante era a conquista da vaga à Série B do Campeonato Brasileiro.
Ao invés de o plantel avançar, a bola começou a voltar para o campo do CRB. Passes errados começaram a aparecer e uma bola na trave pôs o coração de todos os mais de 40 torcedores regatianos que viajaram até lá na boca, aos 12 minutos.
Dezoito minutos depois, o lateral-direito Eduardo do Joinville entrou na pequena área do Galo e cruzou. A bola bateu na zaga e entrou. Dois a zero. E a torcida catarinense explodiu com gritos de “É campeão!” por todo o estádio, com 12 mil pessoas.
Aos 33 minutos, isto é, três minutos após o segundo gol, o terceiro. Em bela jogada individual, Pedro Paulo coloca a bola no canto direito da trave, sem chances para o goleiro.
Para fechar a tampa da panela e cozinhar o Galo de vez, aos 41, pela esquerda, o Joinville chegou ao quarto gol, alterado pela última vez o placar, com o lateral Gilton, que deu até cambalhota em sua comemoração.
O Joinville, campeão invicto da Copa Santa Catarina, pôde se consagrar, enfim, o grande vencedor da Série C quando o árbitro gaúcho Fabrício Neves Corrêia pediu a bola. O time deu a volta no estádio.
O jogador Ramon, que já jogou no Vasco e no Vitória em seus tempos áureos, disse que “no futebol, só há espaço para quem ganha” e se disse honrado de fazer parte agora da história do Joinville. Mas o CRB também deu sua volta, a ‘por cima’, depois de cair para a Série C em 2009.
A bela campanha do Galo Praiano enche de orgulho os alagoanos, agora terão dois clubes do estado na competição de acesso à elite do futebol brasileiro.
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breno airan