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Alagoas
09/01/2011 14:03:22

Professores desistem da rede particular


Professores desistem da rede particular
Ilustração


Com gazetaweb // bleine oliveira

 

O dado ainda será pesquisado para ser cientificamente comprovado, mas as avaliações de dirigentes das entidades representativas da categoria mostram que professores da rede particular de ensino estão desistindo da carreira, em Maceió. De acordo com avaliação do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro/AL), é cada vez maior o número de educadores que está buscando outros caminhos profissionais.

A causa é o assédio moral, um problema que interfere no desempenho, pois os profissionais da educação começam a se sentir desestimulados. “Se o colégio vai bem, é mérito próprio. Se o resultado é ruim, a responsabilidade é do professor. Essa é a lógica nas escolas particulares”, reclama o vice-presidente do Sinpro/AL, Eduardo Vasconcelos, conhecido como professor “Duzão”.

Educador em várias escolas da rede privada, Duzão é daqueles que enxergam os problemas e lutam para encontrar soluções. Por isso, decidiu apostar na luta sindical como caminho para que sua categoria saia da situação de imobilismo e desânimo em que se encontra atualmente.

Medo do desemprego inibe queixas

Como ainda não há uma legislação nacional ou, no nosso caso, com abrangência estadual e valendo para toda a sociedade, nas escolas particulares os casos seguem abafados pelo medo que muita gente tem de denunciar. O risco é a ameaça de perder o emprego, admite o vice-presidente do Sinpro/AL, professor Eduardo Vasconcelos.

“Algumas situações revelam que o diretor ou proprietário não tem consciência de que aquela atitude caracteriza o assédio, mas na maioria é desrespeitoso mesmo, chegando a ser humilhante”, reclama ele, que é professor de Literatura de várias escolas.

Um dos casos que chegou ao conhecimento do sindicato, relata o professor Duzão, colocou em risco a vida de uma professora. Com gravidez arriscada, ela teve de se submeter ao risco de perder o bebê porque a direção da escola em que trabalha não concordou em descer sua turma para o andar térreo.

Ausência de investimento e baixo salário desestimulam

Além de enfrentar alunos mal-educados, com sérios problemas familiares, os professores muitas vezes se obrigam a engolir a atitude de proprietários com poucas habilidades no trato com seus funcionários.

Mal humor, gritos, cobranças, pressão. São esses os problemas que, conforme relato do professor Duzão, os educadores têm enfrentado em várias escolas da rede particular. “As escolas privadas, hoje, são empresas, querem resultados”, declara o dirigente do Sinpro/AL. Entretanto, acrescenta ele, investem pouco em políticas de valorização de seus docentes.

O resultado é que cada vez há menos interessados em seguir a carreira de professor. “Num grupo de jovens, é raro alguém dizer que seguirá o magistério quando se pergunta qual a profissão que vão escolher. Infelizmente nossa profissão já não é tão valorizada”, lamenta o professor Duzão.



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