Milhares de apoiantes do ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, desafiaram o estado de emergência em vigor na capital e em outras cidades, bem como a proibição do direito de reunião, para formarem grupos e rumarem a Lima.
O objetivo é exigir a renúncia da presidente Dina Boluarte, após cinco semanas de protestos intensos, que já provocaram a morte de pelo menos 42 pessoas.
Na segunda-feira, a manhã começou com 96 trechos de estradas bloqueados em nove das 25 regiões do país.
Alguns pontos de passagem foram cortados por camponeses que prometem "ir até às últimas consequências" e resistir o tempo que for preciso.
Alguns manifestantes já compararam esta marcha com a dos "Quatro Suyos", uma marcha de três dias que juntou pessoas de todo o país em julho de 2000 e resultou na queda do regime autocrático de Alberto Fujimori (1990-2000) em novembro do mesmo ano.
Além da renúncia de Boluarte, os manifestantes pedem eleições imediatas e convocação de uma Assembleia Constituinte.
O governo já rejeitou estes pedidos. Mas até quando?
No sábado, a presidente prorrogou, por decreto, o estado de emergência durante 30 dias na capital, em Cusco, Callao e Puno, de forma a conter os protestos e autorizando, ao mesmo tempo, os militares a intervirem juntamente com a polícia em nome da manutenção da ordem pública.
Também estendeu, por um período de dez dia, o toque de recolher das 20h às 4h em Puno, epicentro dos protestos.
Dina Boluarte, uma advogada de 60 anos, assumiu aPresidência do Peru a 7 de dezembro depois de o Congresso destituir o antecessor, Pedro Castillo, devido a uma tentativa fracassada de golpe.
yahoo notícias