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Geral
31/12/2022 22:00:00

Mortes por dengue crescem, mas produção de vacina sinaliza esperança

Na Bahia até 20 de dezembro foram 24 mortes, já no ano passado ocorreram apenas 4 e em 2020, 13.


Mortes por dengue crescem, mas produção de vacina sinaliza esperança

De acordo com boletim do Ministério da Saúde divulgado, na última segunda-feira, 26, o Brasil chegou a 987 mortes por  dengue este ano. O número é o novo recorde anual de óbitos pela doença, superando o maior patamar anterior, de 986 mortes, registrado em 2015. Desde a década de 1980, quando a dengue ressurgiu no país, não se registraram tantas mortes em um único ano. O levantamento considerou os casos registrados até o último dia 17 e ainda há 100 óbitos em investigação. A Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB) informa que no estado baiano até 20 de dezembro foram 24 mortes, já no ano passado ocorreram apenas 4 e em 2020, 13. A boa notícia é que já está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, uma vacina contra a doença com 79,6% de eficácia

Em relação aos Óbitos na Bahia, a distribuição por faixa etária destes demonstra (2 ) óbitos na faixa etária menor de 1 ano, (2) de 01 a 04 anos, (3) de 10 a 19 anos, (4) de 20 a 29 anos, (3) entre 30 e 39 anos, (5) de 40 a 49 anos, (1) de 50 a 59 anos, (2) entre 60 e 69 anos e (2) de 70 a 79 anos. As mortes ocorreram em Barreiras (1), Luís Eduardo Magalhães (4), Feira de Santana (1), Araci (1), Porto Seguro (2), Prado (2), Irecê (3), Ibititá (1), Lapão (1), Aquarema (1), Juazeiro (2), Camaçari (3), Simões Filho (1) e Lauro de Freitas (1).

Água parada é risco de contaminação da dengue | Foto: Romildo de Jesus

Também foram notificados 57.412 casos suspeitos de Dengue, sendo descartados 21.768 casos (37,9%) e 35.644 casos prováveis, o que representa um coeficiente de incidência (CI) acumulada de 240,6 casos/100.000 hab. Dentre os casos prováveis, 19.943 (34,7%) foram classificados como Dengue, 261 (0,5%) identificados por Dengue com Sinais de Alarme (DSA), 52 (0,1%) como Dengue Grave (DG), 13.627 (23,7%) como inconclusivo e permanecem em investigação 1.761 casos (3,1%).  No mesmo período de 2021, foram notificados 24.761 casos prováveis, o que representa um aumento de 44%. Ao avaliar as Regionais de Saúde com os maiores (CI) destaque para:  Itabuna (798,0 casos/100.000hab.), Ilhéus (637,6 casos/100.000hab.), Irecê (627,6 casos/100.000hab.), Guanambi (604 casos/100.000hab.) e Juazeiro (600,9 casos/100.000hab.).

Trezentos e cinquenta e oito (358) municípios realizaram notificação de casos prováveis para Dengue, sendo que 169 destes municípios apresentaram incidência ≥ 100 casos/100.000hab. (95 municípios apresentaram CI ≥ 300 casos/100 mil habitantes). Os municípios com maiores CI foram: Floresta Azul (4.788,6 casos/100.000hab.), Piripá (4.193,9 casos/100.000hab.), Apuarema (4.179,3 casos/100.000 hab.), Santa Cruz da Vitória (4.150,0 casos/100.000 hab.) e Chorrochó (3.671,7 casos/100.000 hab.).

Lembrando que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença,  precisa de água e calor para se reproduzir e   estamos vivendo um ano mais chuvoso por conta do fenômeno La Nina. Outra questão é que, por conta do aquecimento global, o mosquito vai expandindo suas fronteiras e vem se reproduzindo onde antes não aparecia. Não é à toa existe um grande número de casos e de óbitos nos estados da Região Sul: São Paulo com 278, Goiás com 154, Paraná com 108, Santa Catarina com 88 e Rio Grande do Sul com 66.

Para Dr Antonio Bandeira, professor e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) há uma expansão da dengue no corredor Centro/ Oeste-Sul: “Tem tido muita flutuação de ondas de calor intenso com chuvas nesse corredor e isso tem contribuído de forma decisiva para a expansão do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença”.

A esperança vem de uma vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, “essa é uma situação que também precisa ser avaliada. Ao meu ver como foi feito com a vacina da Covid-19 pode ser agilizado com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) as autorizações para aplicação da vacina contra dengue”, finaliza Dr Bandeira.

O Ministério da Saúde informou que monitora de forma constante a situação epidemiológica da dengue e das demais arboviroses no Brasil. A pasta destacou que investe em ações de combate ao mosquito de forma permanente, como a promoção de campanhas que ajudam a orientar a população sobre a prevenção da doença, distribuição de inseticidas e larvicidas aos Estados e municípios, bem como a realização periódica de reuniões com gestores para avaliação do cenário nacional e estratégias de combate.

trbn.com.br



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