A China realizou entre domingo e segunda-feira (26/12) a maior mobilização aérea de sua história contra as defesas de Taiwan. Em apenas 24 horas, foram enviados 71 aviões de combate para a zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, segundo informou Taipei.
Pequim afirmou que seu "exercício de ataque" e suas "patrulhas de combate", que incluíam caças e drones, foi uma reação a "provocações" e a um "conluio" entre os Estados Unidos e Taiwan.
"Esta é uma resposta firme à atual escalada e provocação dos EUA e de Taiwan", afirmou Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular, em comunicado ainda no domingo.
Segundo um relatório do Ministério da Defesa de Taiwan, 43 aeronaves chinesas cruzaram a chamada linha mediana, uma fronteira não oficial que divide a China e a ilha que Pequim considera sua, localizada dentro da zona de defesa do Estreito de Taiwan.
O Exército de Libertação Popular chinês enviou uma série de modelos de caças, além de aeronaves de advertência antecipada, aparelhos de guerra antissubmarino e drones de reconhecimento.
Já Taiwan mobilizou um número não especificado de caças para advertir os jatos chineses enquanto seus sistemas de mísseis monitoravam os voos, afirmou o governo da ilha.
A pressão de Pequim sobre a ilha autogovernada, que a China não considera independente, tem aumentado constantemente nos últimos anos.
Sob o governo do presidente Xi Jinping, a China elevou a pressão por meios militares, políticos e econômicos, à medida que os laços entre ambos pioravam.
Neste ano, mais de 1.700 incursões desse tipo foram realizadas pela China até o momento, em comparação com 969 em 2021 e apenas 146 em 2020, segundo a agência de notícias AFP.
A administração taiwanesa diz que busca a paz, mas que se defenderia se necessário.
Os Estados Unidos reconhecem Pequim como o governo do país e não mantêm relações diplomáticas com Taipei, embora tenham contatos não oficiais com a ilha e forneçam equipamentos militares para a defesa do território.
Recentemente, Washington aumentou seu apoio a Taiwan, incluindo um projeto de lei neste mês que autoriza o envio de 10 bilhões de dólares em ajuda militar. Pequim expressou "forte oposição".
As tensões entre Pequim e Taipei estão altas desde agosto, quando a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, visitou Taiwan. Em retaliação à visita, o Exército de Libertação Popular chinês organizou exercícios militares maciços ao redor da ilha.
ek (AP, AFP, DPA, Reuters)
https://www.dw.com/pt-br