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Um dos seis policiais militares envolvidos na ação que vitimou com um tiro de Fuzil o empresário Marcelo Barbosa Leite, no último dia 14 de novembro, em Arapiraca, também participou da abordagem policial que terminou com um menor de 17 anos morto.
As duas ações chama atenção por algumas similaridades e, principalmente, por envolver policiais do 3º Batalhão.
A abordagem ao jovem Danilo Fernando da Silva, de 17 anos, aconteceu no dia 25 de novembro de 2021, perto do campus da Ufal de Arapiraca. O militar e outros três PMs, que participaram da abordagem ao adolescente, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Alagoas, na última quarta-feira (7), pelos crimes de lesão corporal seguida de morte e fraude processual. O caso está sobre segredo de justiça.
Levantamentos do Ministério Público apontaram que o policial e seus companheiros, lotados no 3° Batalhão da Polícia Militar, faziam um patrulhamento nas imediações da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Arapiraca, quando visualizaram o adolescente, que conduzia uma motocicleta e teria desviado da rota onde estavam os policiais. No relato, os PMs dizem que, por entenderem que aquela conduta colocava a vítima como suspeita, a viatura se aproximou do menor e teria impedido que ele retornasse. Ainda de acordo com o relato, como a rua não tinha saída, Danilo tentou manobrar a motocicleta para tentar sair do local, ocasião em que ele teria sido atingido por um projétil disparado de dentro da viatura.
Segundo as investigações, o adolescente, que trabalhava como menor aprendiz em uma rede de supermercados e não possuía habilitação, foi atingido por um tiro na região lombar esquerda. Os policiais militares alegaram que a vítima estava armada e que efetuou dois disparos de arma de fogo contra a guarnição policial. Mas a versão foi contestada pelo Ministério Público de Alagoas.
Em entrevista ao TNH1 nesta terça-feira (13), o advogado Napoleão Júnior, que defende o militar no caso Marcelo Leite, disse que a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o policial neste outro caso não influencia o curso das investigações sobre a morte do empresário.
"Um dos PMs me comunicou sobre o caso e sobre a denúncia do MPAL, porém eu estou na defesa dele apenas no caso que envolve o empresário Marcelo Leite. Ele ficou de me passar mais informações sobre o caso nesta próxima semana. Acredito que essa denúncia do MP contra o policial não vai influenciar nas investigações que tentam as circunstâncias dos tiros que atingiu Marcelo Leite, pois são casos distintos. Em um possível cenário em que o policial venha a ter uma condenação no caso Marcelo, algo que não acredito que aconteça, os antecedentes criminais dele poderiam influenciar uma futura pena", explicou o advogado.
Familiares dos dois casos se unem em protesto - As famílias das duas vítimas das abordagens, Marcelo Leite Barbosa e Danilo Fernando da Silva, se uniram para protestar na cidade de Arapiraca no próximo sábado (17). O ato, para pedir por justiça, está convocado para a Praça Dep. Marques da Silva, próximo ao Lanche 2000, às 9h da manhã.
Comissão pede prorrogação de inquérito que investiga morte de empresário - A comissão de delegados que atua à frente das investigações da abordagem policial que vitimou com um tiro de Fuzil o empresário Marcelo Barbosa Leite, em Arapiraca, vai encaminhar ao Ministério Público de Alagoas (MP-AL) um pedido de prorrogação de inquérito. A informação foi confirmada ao TNH1 na manhã dessa segunda-feira (12), pelo delegado Sidney Tenório, que integra a comissão que investiga o caso.
Segundo Tenório, será pedido uma extensão de mais 30 dias para a conclusão do inquérito. "Vamos pedir prorrogação. O prazo do inquérito é de 30 dias, e terminaria nesta terça-feira (13). Diante disso, devemos pedir a prorrogação por mais 30 dias, e esse pedido deve ser encaminhado ao MP ainda hoje. É necessário um prazo maior para podermos acompanhar a reprodução simulada do caso, que será feita pelo Instituto de Criminalística (IC)", explicou Tenório.
tnh1
