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Uma das principais causas de morte no Brasil nos dias atuais são as doenças cardiovasculares. Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 300 mil pessoas sofrem com ataques cardíacos. Outro número que causa espanto é o de vítimas fatais em decorrência do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Isso porquê, ainda segundo o Ministério da Saúde, 30% dos casos de infarto levam a morte dos pacientes.
Diversos fatores contribuem para que uma pessoa venha a desenvolver problemas no coração, dentre eles os genéticos, mas também a forma com que o indivíduo conduz seus hábitos no dia a dia contribui diretamente nos problemas cardíacos.
Em entrevista ao Cada Minuto, o cirurgião cardiovascular do grupo Hapvida, Dr. José da Silva Leitão, contou quais os cuidados que devemos tomar para preservar a saúde do coração, e afirmou ainda: as medidas de precaução devem ter início desde o momento em que estamos no ventre de nossa mãe.
Confira abaixo o que disse o profissional cardiologista sobre o assunto:
Qual o melhor momento para buscar um cardiologista?
– Não existe um momento específico para procurar um cardiologista. Desde o ventre da mãe, é necessário esse acompanhamento, pois, entre a 21ª e a 28ª semana de gestação, é necessário realizar um ecocardiograma fetal, para o rastreio de alguma cardiopatia congênita. Ao nascer, a criança, por obrigação, deve realizar o teste do coraçãozinho antes de sair da maternidade.
Outro fator de risco são os pacientes que tiveram COVID. Mesmo com sintomas leves, tem uma chance maior de evoluírem com arritmias, miocardite, infarto, AVC ou embolia pulmonar, após 4 – 6 semanas dos sintomas.
Em relação as doenças cardiovasculares, em especial, aqueles que tem algum parente de primeiro grau que já sofreu um infarto, AVC ou morte súbita, deve realizar o acompanhamento com o cardiologista a partir dos 40 anos ou quando tiver algum desses sintomas :
• AUMENTO REPENTINO DA FREQUÊNCIA DO CORAÇÃO;
• DESMAIOS OU TONURAS RECORRENTES;
• DOR NO PEITO (RELACIONADO OU NÃO AOS ESFORÇOS);
• CANSAÇO AOS PEQUENOS ESFORÇOS;
• DOR DE CABEÇA RECORRENTE;
• VISÃO TURVA;
Quais os cuidados no dia a dia para manter a saúde do coração?
– Além do acompanhamento com um profissional capacitado, é importante o controle dos principais fatores riscos, que na grande maiorias, são evitáveis, como:
• Alimentação balanceada, evitando alimentos embutidos, ricos em sódio, carboidratos e gordura saturadas;
• Praticar atividade física regularmente, em especial, atividade aeróbica, como corrida e caminhada;
• Controle do peso;
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso;
• Não fumar;
• Controle dos níveis pressóricos e glicêmicos;
• Vacina para COVID 19;
A partir de qual idade devemos iniciar algum tipo de check-up, avaliação?
– Isso vai depender da história familiar da pessoa. Caso tenha alguém na família, com alguma doença no coração ou morte súbita, a investigação para alguma doença cardiovascular deve ser o mais precoce possível. Além disso, pacientes que tiveram COVID, destacando aqueles que tiveram sintomas de moderados a grave, deve procurar um cardiologista com brevidade.
Na população em geral, a partir dos 40 anos, ocorre o aumento da mortalidade por infarto ou AVC, sendo importante o acompanhamento com o especialista, para realizar alguns exames básicos, como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico.
Quais os principais fatores de risco ligados a doenças cardiovasculares?
– Os principais fatores de riscos são:
• História familiar (genética);
• Tabagismo (incluindo o cigarro eletrônico);
• Hipertensão;
• Diabetes;
• Dislipidemia (colesterol elevado);
• Obesidade;
• Síndrome metabólica;
• Consumo excessivo de álcool;
• COVID;
Quais os principais sinais que devemos ficar atentos quando algo não vai bem com o coração?
– Existe um mito de que o coração não dói. Mentira! Um dos principais sintomas relacionados ao infarto é a dor torácica. Lembrando que temos outros sintomas relacionados, como:
• Epigastralgia, ou seja, dor na “boca do estômago”, persistente;
• Desmaio;
• Pressão muito baixa súbita;
• Confusão mental;
• Aumento da frequência do coração, mesmo no repouso
Quais os riscos do consumo de álcool e carne vermelha em relação aos problemas cardiovasculares?
– O uso do álcool em pequenas doses (6 gr diárias) ajuda a reduzir o risco de infarto, mas o seu consumo em excesso, o torna um grande vilão para o coração. Além de causar o comprometimento das células cardíacas, levando a cardiomiopatia alcoólica, aumento o risco de infarto e AVC. Em relação ao consumo excessivo de carne vermelha, é controverso. Estudos mostram que não está relacionado ao consumo da carne em si, mas ao excesso de gordura e a forma que é preparada! O aumento da ingesta de gordura saturada, aumenta o risco cardiovascular, em especial, as pessoas que já tem colesterol elevado.
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