Varíola dos macacos: OMS recomenda novo nome para doença; veja qual

A Organização Mundial da Saúde (OMS) em comunicado divulgado nesta segunda-feira (28), em uma medida de combate ao racismo, recomendou que a varíola dos macacos passe a ser chamada de mpox.

Segundo a entidade, à medida que novos casos foram confirmados no decorrer deste ano, a entidade observou e recebeu relatos do uso de "linguagem racista e estigmatizante" associada à doença em ambientes digitais. Diante dos relatos a organização informou que consultou especialistas e adotou o novo nome como um sinônimo da atual nomenclatura.

"As considerações para as recomendações incluíram justificativa, adequação científica, extensão do uso atual, pronúncia, usabilidade em diferentes idiomas, ausência de referências geográficas ou zoológicas e facilidade de recuperação de informações científicas históricas", disse a OMS no comunicado.

A doença que ficou conhecida como varíola dos macacos (“monkeypox”, em inglês), a partir de hoje, o prazo de um ano, os dois nomes serão usados simultaneamente por um ano como forma de adaptação até que as nomenclaturas entre completamente em desuso, determinou a OMS.

Segundo a entidade, varíola dos macacos recebeu esse nome em 1970 após o vírus da doença ser descoberto em macacos, em 1958.

A OMS, em 2015 publicou suas normas que definiram os padrões para a nomeação de doenças. Com as diretrizes, a entidade aponta como melhores práticas nomenclaturas que minimizem o impacto negativo nos setores de comércio, viagens e turismo, no bem-estar animal, e ainda evitem ofender qualquer grupo cultural, social, nacional, regional, profissional ou étnico.

Veja as novas recomendações determinadas pela OMS:

• a adoção do novo sinônimo mpox em inglês para a varíola dos macacos;

• mpox se tornará um termo preferencial, substituindo monkeypox, após um período de transição de um ano. Isso serve para atenuar as preocupações levantadas por especialistas sobre a confusão causada por uma mudança de nome em meio a um surto global. Também dá tempo para concluir o processo de atualização da CID e para atualizar as publicações da OMS;

• o sinônimo mpox será incluído no CID-10 online nos próximos dias. Ele fará parte do lançamento oficial de 2023 do ICD-11, que é o padrão global atual para dados de saúde, documentação clínica e agregação estatística;

• o termo "monkeypox" permanecerá um termo pesquisável no ICD, para corresponder às informações históricas.

Varíola dos macacos: um breve histórico para entender a doença

• Os primeiros casos foram registrados ainda em maio, principalmente na Europa

• No dia 19 de maio, os EUA registraram seu primeiro caso; até então não havia indícios da doença na América

• Logo no dia 20 de maio foi a vez do primeiro brasileiro diagnosticado com a doença: um jovem que contraiu a doença na Europa, onde vive

• O primeiro caso na América Latina, por sua vez, foi registrado na Argentina em 22 de maio

• Ainda sem casos, o Brasil teve, em 30 de maio, um jovem vindo da Europa foi o primeiro caso investigado em solo nacional

• Tão logo começou a ser investigado o primeiro caso no Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o país teria vacinas “se houver necessidade”

• Mas foi apenas em 8 de junho que um homem em São Paulo foi o primeiro caso confirmado no Brasil

• A confirmação do primeiro caso fez a Anvisa soltar uma série de medidas de prevenção; veja quais foram

• 12 dias após ser internado, o paciente que foi o primeiro caso brasileiro teve alta do hospital

• No final de junho, no entanto, as coisas pioraram e a OMS passou a tratar a doença como um surto global

• E o surto se confirmou no Brasil: já são mais de mil casos da doença, o que fez o Ministério da Saúde ligar alerta vermelho

• O Brasil passou então a negociar a compra de vacinas e a pasta prometeu organizar a vacinação no Plano Nacional de Imunizações (PNI)

• Em 29 de junho, menos de um mês após o primeiro caso, o Ministério confirmou a primeira morte pela varíola dos macacos no Brasil, um homem de Uberlândia (MG)

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