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Violência
26/11/2022 14:00:00

Terror e mistério após ataque brutal em escolas no Espírito Santo

Terror e mistério após ataque brutal em escolas no Espírito Santo


Terror e mistério após ataque brutal em escolas no Espírito Santo

Duas escolas da cidade de Aracruz, situada 85km ao norte da capital do Espírito Santo, foram alvos de atentado na manhã de ontem. Armado com uma pistola .40 e um revólver, um jovem de 16 anos invadiu os dois edifícios e abriu fogo contra alunos e professores. Ele usava roupa camuflada com uma suástica nazista no braço, chapéu, e tinha o rosto coberto por uma máscara de caveira. Ao menos três pessoas haviam morrido até o fechamento desta edição: duas professoras e um adolescente de 12 anos. O suspeito de ser autor dos crimes foi apreendido à tarde, quatro horas após os ataques, na casa em que mora, no próprio município.

O primeiro ataque ocorreu por volta das 9h30 na Escola Estadual de Ensino Médio Primo Bitti, na qual o acusado estudou até junho. Lá, o jovem atirou várias vezes no pátio e, depois, dirigiu-se à sala dos professores, onde fez mais disparos. Duas docentes morreram: Cybelle Passos Bezerra Lara, professora de matemática, 45 anos, e Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, da área de artes, 48 anos. Entre os feridos, estão duas crianças, uma delas em estado gravíssimo, de acordo com boletim médico divulgado na noite de ontem pela Secretaria de Saúde do estado.

Depois de alvejar as vítimas, o atirador fugiu em um carro e se dirigiu até o Centro Educacional Praia de Coqueiral, antigo Centro Darwin. A escola, que é particular, fica na mesma via da primeira instituição atacada, ambas em Praia de Coqueiral, a 22km do centro da cidade. Segundo o secretário de Segurança Pública, Márcio Celante, no local "ele fez a mesma coisa: entrou nas salas efetuando disparos. Atingiu cerca de cinco pessoas e um óbito foi confirmado no local. Os feridos foram socorridos em hospitais da região".

O atirador deixou o local no mesmo carro, um Renault Duster dourado, que estava com a placa parcialmente encoberta, mas com os números finais aparentes. Foi por meio deles que a polícia encontrou a placa completa e o endereço do autor. Ele foi preso em casa quatro horas depois dos ataques. Segundo informações divulgadas pelo governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), ele tinha uma pistola .40 de propriedade da Polícia Militar, e um revólver 38 particular, além de três carregadores. Não foram divulgadas informações sobre qual pode ter sido a motivação do crime.

Após a repercussão nacional, diversas autoridades manifestaram solidariedade às vítimas. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a tragédia por meio das redes sociais. "Com tristeza soube do ataque às escolas de Aracruz, Espírito Santo. Minha solidariedade aos familiares das vítimas dessa tragédia absurda. E meu apoio ao governador @Casagrande_ES na apuração do caso e amparo para as comunidades das duas escolas atingidas", escreveu o petista, em sua conta no Twitter.

A prisão

A polícia não informou os dados pessoais do atirador, que tem 16 anos. A operação de busca foi feita em parceria com as polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal. Os pais do garoto estavam em casa no momento da apreensão e colaboraram com os agentes policiais. "Os pais dele colaboraram, estavam destruídos. Uma das armas era do pai, que integra os quadros da PM. A outra era particular. O adolescente confessou os crimes à Polícia Civil, mostrou a roupa, as armas e como fez toda a ação. Estava bem calmo. Até então, não tem motivo, ele planejou durante dois anos", disse Renato Casagrande.

Em coletiva de imprensa no local do crime, o secretário Marcio Celante informou que o adolescente agiu sozinho. O agente disse, ainda, que o menino violou o cadeado do portão para entrar nas escolas. O governador Renato Casagrande afirmou que a polícia continuará "apurando as motivações e, em breve, teremos novos esclarecimentos".

Vídeos que circulam nas redes sociais, apontados tendo sido feitos no momento da prisão do atirador, mostram uma casa de dois andares com portões abertos e uma viatura na garagem. Os registros são de Arthur Campos, um morador da cidade que acompanhou a prisão do atirador. A mãe de Arthur é professora e ensinava em uma das escolas atacadas. Segundo ele, a mãe escapou do ataque porque estaria na escola apenas no turno vespertino daquele dia.

Arthur disse que o atirador é filho de um tenente da Polícia Militar e que a prisão foi feita com "um tratamento diferenciado, com o carro da Polícia virado para trás". No local, outras pessoas acompanharam a prisão e gritaram "assassino" durante a operação. No vídeo, é possível ver uma discussão entre dois moradores. Um homem diz à mulher que "Deus é bom porque fez a justiça" por prender o acusado, e a mulher, exaltada, afirma que "Deus é bom matando ele".

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