O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega não vai mais participar da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (17) e, de acordo com a jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, o ex-titular da Fazenda justificou seu afastamento por conta da intenção de adversários em “tumultuar” e “criar dificuldades para o novo governo”.
O comunicado foi endereçado ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que coordena os trabalhos.
Mantega está inabilitado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por punição envolvendo o caso das pedaladas fiscais. Por conta disso, ele participaria como voluntário.
"Em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por oito anos", diz ele.
"Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo", continua.
Na semana passada, o vice-presidente eleito havia anunciado Mantega como integrante do grupo técnico responsável pelo planejamento, orçamento e gestão na equipe de transição.
São Paulo, 17 de novembro de 2022.
Prezado Vice-presidente
Geraldo Alckmin
Coordenador Geral da Equipe de Transição
Aceitei com alegria o convite para participar do Grupo de Transição, na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula.
Entretanto, em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na Equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos.
Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo.
Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da Equipe de Transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação.
Agradecendo a confiança,
Atenciosamente,
Guido Mantega
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