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União dos Palmares
17/11/2022 09:00:00

Consumidor reclama da falta d’água em União dos Palmares. Órgãos fiscalizadores silenciam diante do grave fato


Consumidor reclama da falta d’água em União dos Palmares. Órgãos fiscalizadores silenciam diante do grave fato
Sede da 'Verde' Rua Dr. Antonio Arecipo

Embora a cidade de União dos Palmares distante 75 quilômetros de Maceió esteja situado em uma das regiões mais privilegiadas de mananciais de água e por se situar na bacia hidrográfica dos rios interestaduais Canhoto e Mundaú, a comunidade continua enfrentando a crise de falta d’água há mais de 60 anos graças a um sistema superado de captura e distribuição que até bem pouco tempo era administrado pela autarquia Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) que deu lugar a 'Verde' uma empresa mineira responsável pela administração dos serviços de fornecimento de água e esgotamento sanitário em 27 municípios do Litoral Norte e Zona da Mata de Alagoas pelo período de 35 anos.

A citada empresa divulga que ‘utiliza modernas tecnologias e processos inovadores, respeitando os clientes e o meio ambiente, contribuindo também com a geração de empregos e que tem também a missão de transformar, gradualmente, o sistema de água e esgotamento sanitário, levando qualidade de vida para mais de 400 mil alagoanos’.

‘Entre os nossos principais compromissos estão o fornecimento de água com qualidade, monitorada 24 horas por dia, modernização e ampliação de todo o sistema e saneamento básico da população dessas localidades’ pontua a divulgação.

Recentemente após a cheia de 2010 União dos Palmares ganhou quase dez mil novas residências com a construção dos Conjuntos Habitacionais ‘Nova Esperança’ e ‘Newton Pereira’ que paralelo ao crescimento normal da cidade sobrecarregou os serviços de distribuição do precioso liquido as indústrias, comercio e residências totalizando mais de 30 mil ligações, cuja receita seria superavitária se não fosse a precária estrutura planejada nos anos 50 que permanece até os dias atuais para uma população inferior a metade da atual . Hoje a cidade conta com mais de 65 mil habitantes.

Com o que dispunha a 30 anos passados, o SAAE era uma empresa superavitária e disputada pelos prefeitos que passaram no município, chegando a ser intitulada ‘a galinha dos ovos de ouro’ pelo fato de prestar conta da arrecadação e despesa a si próprio, em termos técnicos, sem detalhamento de quanto arrecadava e gastava, a Câmaras Municipais cujos membros em sua maioria eram e continuam sendo leigos em contabilidade e meio ambiente. Assim está escrita a história da autarquia que administrava o serviço.

Recentemente no governo de Renan Calheiros, após concorrência, a empresa mineira acampou os serviços cuja transação ainda hoje não é do bom grado dos usuários que não foram consultados sobre o fato e o resultado está sendo sentido em elevado grau pois em determinados locais da cidade falta água há mais de 15 dias; em outros o serviço é intercalado, e nem sequer um esclarecimento é expedido a comunidade mesmo porque o manto da impunidade lhes garante o desserviço. O Procon literalmente inexiste e o Ministério Público utiliza a filosofia de somente interferir em assuntos quando provocado.

A ‘provocação’ a que referem as autoridades está nos reclamos das donas de casas e utilitários do precioso liquido que são convidados a pagar o que não consumiram sob a condição de ter o ‘fornecimento’ cortado um mês após a cobrança. O assunto lembra um sistema ditatorial, pois desde que a ‘Verde’ acampou o serviço a taxa mínima aumentou sensivelmente. A reboque ainda existe a ameaça do nome do cliente ser incluso no rol dos maus pagadores da SERASA

O interessante é que durante a transação da compra a empresa adquirente tomou ciência das dificuldades e da precariedade do SAAE a começar pela captação da água no poluído Rio Mundaú que entre outros detalhes recebe os dejetos das cidades pernambucanas e outras em Alagoas a exemplo de Santana do Mundaú, São José da Laje e Rocha Cavalcante.

São milhares de residências que despejam a água inservível e o esgoto sanitário nos rios Mundaú e Canhoto além de dezenas de riachos afluentes cujas águas são utilizadas para os mais diversos fins desde a absorção de fezes das ‘latrinas’, até o uso pelo gado e animais domésticos, alguns mortos.

Outrora tida como a taxa mais barata do estado, a suposta despoluição dessas águas encarece a taxa de consumo somadas as taxas adicionais como esgoto implantada a comunidade pela atual gestão municipal. O resumo dessa longa novela é sentido pelo consumidor que atualmente enfrenta a falta da água em suas casas. Nem para se tormar banho tem água nas torneiras.

O estranho é que ninguém diz nada a começar pelo próprio povo (reclamar a quem?), pela Câmara de Vereadores, pelo gestor municipal e até o Ministério Público cujos membros não residem em União dos Palmares exceto funcionários de apoio cedidos pela Prefeitura e consomem água mineral contrastando com a classe pobre que administra a dificuldade em pagar a taxa mínima da agua por ser uma região de baixissima renda per-capita.

Paralelo aos assuntos expostos nesta matéria, em um inverno farto como o deste ano outro problema é que durante a estação fica acentuado o aumento do uso dos produtos químicos para manter a água ‘potável’ fato que supera o consumo desses produtos durante o verão onde a água, dizem os funcionários da antiga autarquia, consome menos da metade dos mencionados produtos que no inverno. 

Contrapondo-se ao imbróglio o município dispõe de fartura de água que lamentavelmente desperdiça. Cite-se a região dos Frios onde a água quase mineral e despoluida e utiliza unicamente a gravidade para chegar a cidade.

Redação – Texto e Fotos

Tribuna União

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