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Saúde
13/11/2022 20:00:00

Relações sexuais podem desencadear crises de asmas, diz estudo; entenda


Relações sexuais podem desencadear crises de asmas, diz estudo; entenda

Embora exercícios físicos não devam ser evitados por pessoas asmáticas, sabe-se que eles podem atuar como um desencadeador de crises do problema, especialmente entre aqueles que não têm a doença controlada. No entanto, a atividade sexual não era considerada como um desses gatilhos, afirmam pesquisadores, mesmo exigindo também um esforço físico do indivíduo.

Por isso, cientistas decidiram avaliar se o sexo pode ser considerado um desencadeador de crises de asma – e descobriram que sim, embora haja uma provável subnotificação sobre os casos. O achado faz parte de um estudo apresentado nesta semana no encontro científico anual do Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (ACAAI), em Louisville, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Annals of Allergy Asthma & Immunology.

“Queríamos investigar se estudos de caso sobre crises de asma mencionavam a atividade sexual como uma possível causa. Muitas pessoas não percebem que o gasto de energia da atividade sexual é equivalente a subir dois lances de escada. Os casos relatados são pouco frequentes, possivelmente porque aqueles que sofrem um surto de asma podem não perceber o gatilho (no sexo)”, diz Ariel Leung, membro da ACAAI e principal autora do estudo, em comunicado.

 

O trabalho reuniu toda a literatura disponível que aborda relações sexuais como um gatilho não diagnosticado para as crises de asma na base de dados PubMed, que organiza estudos científicos. Embora o resultado tenha comprovado a ligação, os pesquisadores acreditam que a subnotificação de casos associados ao sexo pode ocorrer também devido a um certo constrangimento em abordar o assunto com o alergista.

No entanto, eles destacam que é importante relatar a situação para o médico, especialmente para que o paciente possa ser orientado com maneiras de reduzir os riscos e tratar o quadro da forma adequada. Além disso, levar o indivíduo a se atentar a outros gatilhos que podem estar envolvidos no sexo e agravar a crise, como perfumes intensos e velas aromatizadas.

“As pessoas podem não se sentir à vontade para discutir com seu alergista uma crise de asma causada pelo sexo. Mas os alergistas são especialistas no diagnóstico, tratamento e manejo da asma. Se alguém pudesse orientar um paciente sobre como evitar uma crise de asma no futuro, seria o alergista. Quando a asma induzida pela atividade sexual é identificada e tratada adequadamente, os alergistas são mais capazes de melhorar a qualidade de vida de seus pacientes”, avalia o alergista A.M. Aminian, membro da ACAAI e coautor do estudo.

Os pesquisadores apontam que de 40% a 90% dos pacientes com asma sentem sintomas da doença desencadeados por exercícios físicos. A asma, também conhecida como bronquiolite asmática, é uma doença que afeta os pulmões devido a uma inflamação crônica dos brônquios, que são como tubos que levam o ar para dentro do órgão.

Essa condição pode ter crises desencadeadas por fatores alérgicos, como poeira, ácaros, por mudanças no tempo, infecções virais, exposição ao frio, cheiros fortes, entre outros. São diversas as situações que com potencial de levar à exacerbação da inflamação nos brônquios que caracteriza a crise, e variam de pessoa para pessoa. Quando isso acontece, o paciente sente uma falta de ar intensa, e deve recorrer à inalação de medicamentos que melhoram o quadro.

No entanto, embora o esforço físico de modo geral seja de fato um desencadeador das crises de asma, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) ressalta que os exercícios não devem ser evitados por quem tem a doença, muito pelo contrário.

Isso porque uma rotina de atividades físicas faz bem para a saúde, inclusive a do pulmão, elevando o condicionamento físico e prevenindo a longo prazo a ocorrência de novas crises. A sociedade destaca que o risco de problemas durante os exercícios é maior para aqueles que não têm a asma controlada. Eles orientam que os pacientes busquem com seu médico a indicação adequada de como manter o quadro sob controle e iniciar os exercícios de forma a condicionar o corpo e evitar o problema.

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