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Meio Ambiente
27/10/2022 18:00:00

Metade dos indicativos de saúde da Terra estão em níveis extremos

Às vésperas da conferência do clima, a COP27, especialistas conclamam pela união de forças para reverter esse cenário


Metade dos indicativos de saúde da Terra estão em níveis extremos

Em um pronto-socorro, os pacientes que correm risco de morte iminente recebem uma pulseira vermelha. É nesse estágio que se encontra o planeta, segundo um relatório divulgado a pouco menos de duas semanas da 27º Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito. A publicação, assinada por uma equipe de cientistas globais, destaca que "os sinais vitais da Terra pioraram a ponto de a humanidade enfrentar, inequivocamente, uma emergência climática".

O relatório World Scientist's Warning of a Climate Emergency 2022, divulgado na revista BioScience, rastreia 35 sinais vitais do planeta e aponta que, destes, 16 chegaram a extremos recordes. Os indicadores são utilizados pelos cientistas para rastrear as mudanças climáticas e incluem perda da cobertura vegetal, taxa de afinamento das geleiras, aumento da temperatura dos oceanos e alterações no nível do mar. A publicação é divulgada cinco anos depois da segunda edição e após 20 anos da primeira, de 1992. Ao longo desse tempo, mais de 15 mil cientistas contribuíram com os dados que culminaram no diagnóstico da Terra.

Em duas décadas, as emissões de dióxido de carbono aumentaram 40%, com índice registrado, no ano passado, de 418 partes por milhão, um nível jamais alcançado. "Como podemos ver pelos surtos anuais de desastres climáticos, estamos agora no meio de uma grande crise climática, com muito pior por vir se continuarmos fazendo as coisas do jeito que temos feito", diz Christopher Wolf, pós-doutorando na Faculdade Florestal da Universidade Estadual de Oregon e principal autor do artigo, ao lado do professor William Ripple. "Imploramos aos nossos colegas cientistas que se juntem a nós na defesa de abordagens baseadas em pesquisa para a tomada de decisões climáticas e ambientais."

Ripple, que esteve à frente das duas publicações anteriores, diz jamais ter visto um cenário tão inquietante. "Estou preocupado, estou alarmado. É importante que as pessoas vejam esses dados. Estamos fazendo negócio como de costume; houve uma interrupção transitória por causa da pandemia de covid-19, mas voltamos a estabelecer novos recordes." As consequências, segundo o ecólogo, são bastante claras, como evidencia o relatório: nos últimos anos, houve aumento da frequência de eventos de calor extremo, maior perda de cobertura vegetal global devido a incêndios e prevalência elevada do vírus da dengue, transmitido por mosquitos.

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