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05/08/2022 11:00:00

Monkeypox em Alagoas “é questão de tempo”, afirma infectologista

Alerta sobre a doença no estado foi feito por Fernando Maia; já existem quatro casos suspeitos


Monkeypox em Alagoas “é questão de tempo”, afirma infectologista

Alagoas segue com quatro casos suspeitos de varíola dos macacos em investigação. Na última sexta (29), o Ministério da Saúde (MS) confirmou a primeira morte pela doença no Brasil e passou a usar o termo “surto” na divulgação de informações sobre a doença no país. Para o infectologista Fernando Maia, “há possibilidade de que a doença chegue por aqui, se não já chegou. Temos quatro casos suspeitos aguardando os exames para confirmar ou descartar. Mas, creio que seja uma questão de tempo para chegar aqui. Já foram casos confirmados em várias partes do país”.

Inicialmente, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), foram cinco casos notificados como suspeitos. Mas, na última sexta (29), um já havia sido descartado, porque o exame deu negativo. O Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen) coletou material biológico (sangue) das quatro pessoas e encaminhou para a Fiocruz, no Rio de Janeiro, que é a referência para a realização do exame. Elas seguem esperando o resultado dos exames em isolamento domiciliar.

A doença

A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família e gênero da varíola humana. A varíola humana, no entanto, era muito mais letal e foi erradicada do mundo em 1980. A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. Ela começa com febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão e inchaço dos gânglios (linfonodos).

Uma erupção geralmente se desenvolve de um a três dias, após o início da febre, aparecendo pela primeira vez no rosto e se espalhando para outras partes do corpo, incluindo mãos e pés. Em alguns casos, pode ser fatal, apesar de ser tipicamente mais suave do que a varíola. A doença é transmitida para pessoas por vários animais selvagens, como roedores e primatas, mas também pode ser transmitida entre pessoas após contato direto ou indireto.

De acordo com Maia, o período de incubação do vírus é longo e os pacientes com suspeita devem ficar em isolamento. “A incubação dura até 21 dias e o isolamento tem que ser mantido até 21 dias também. É o que sabemos, atualmente, sobre essa doença. O paciente pode passar um longo período ainda com poucos sintomas e, possivelmente, transmitindo, já que a doença se transmite por contato direto, pessoa a pessoa, e também por contato sexual, tudo indica”, afirmou.

A médica infectologista Luciana Pacheco também afirmou que o período de incubação dura até 21 dias, mas, em média, cinco a dez dias após o contágio, e que há uma lacuna do conhecimento sobre transmissão nesse período. “Sabe-se que o período de transmissão ocorre em toda a fase em que as lesões de pele ocorrem, inclusive com crostas. É uma doença com transmissão, principalmente, por contato com as lesões de pele, o que facilita esse controle”, disse.

Doença já é considerada um surto no Brasil, afirmam especialistas

Há um aumento considerável de casos suspeitos no último mês, desse modo um surto já é considerado no país. Segundo a infectologista Luciana Pacheco, “quanto a se tornar uma epidemia, vai depender muito do quanto se consiga controlar a disseminação dos casos”.

Ainda de acordo com a infectologista, possivelmente, a vacinação ocorrerá nos grupos de maior risco de exposição. “No momento naquele onde a doença está ocorrendo mais, como os homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo. Fora do país está sendo feito assim, bloqueando a transmissão, vacinando as pessoas expostas”, explicou Luciana Pacheco.

Ontem (1), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou no Twitter, que o Brasil receberá, através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o antiviral Tecovirimat para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos. “Serão contemplados casos mais graves em um primeiro momento”, afirmou.
O Tecovirimat tem sido oferecido como opção de “uso compassivo” nos Estados Unidos. Mas, ainda não há dados que demonstrem a eficácia do antiviral para o tratamento da doença.

A médica infectologista Sarah Dominique disse que o longo período de incubação justifica a demora no surgimento dos primeiros casos e que a vacina já poderia ter sido providenciada. “Há meses que se poderia ter solicitado essa possibilidade de compra, mas a decisão foi ‘esperar’ os próximos passos da situação global e a casuística pequena de casos de varíola no Brasil não motivava a compra do imunizante. Os passos que se observou foram de aumento de casos”, afirmou.

Segundo os infectologistas, o distanciamento, uso de máscaras e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos. Medidas que também servem para proteger contra a Covid-19.

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