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Comportamento
16/07/2022 20:00:00

1,34 bilhão de pessoas entre 15 e 39 anos ingerem quantidade nociva de álcool

A ingestão excessiva aumenta a vulnerabilidade a cânceres e outras doenças. Estudo mostra ainda que 76% dos excessos são cometidos por homens


1,34 bilhão de pessoas entre 15 e 39 anos ingerem quantidade nociva de álcool

Homens de 15 a 39 anos estão abusando de álcool em todo o mundo, sob o risco de desenvolverem doenças graves, como cânceres, alerta um estudo global publicado na revista The Lancet. Baseado nas estimativas do consumo da substância em 204 países, os pesquisadores concluíram que 1,34 bilhão de jovens e adultos ingeriram quantidades nocivas de bebidas alcoólicas em 2020, sendo que 59,1% deles estão nessa faixa etária. Os autores também constataram que, dos 15 aos 39, não há qualquer benefício à saúde em decorrência do consumo de álcool, enquanto que, para pessoas acima de 40 anos, a ingestão moderada pode trazer algumas vantagens. Essa última afirmação, porém, é controversa.

Os dados indicam que 60% das lesões registradas no mundo, incluindo acidentes de carro, suicídios e homicídios, entre adolescentes e jovens adultos estão associadas às bebidas alcoólicas. Por isso, os pesquisadores pedem políticas públicas voltadas especialmente a homens com menos de 40 anos — 76,7% dos que ingerem quantidades nocivas são do sexo masculino — e sugerem que as diretrizes de consumo do álcool sejam revistas e adaptadas por faixa etária.

"Embora os riscos associados ao consumo de álcool sejam semelhantes para homens e mulheres, os jovens do sexo masculino se destacaram como o grupo com maior nível de consumo nocivo", observou, em comunicado, Emmanuela Gakidou, professora do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Escola de Medicina da Universidade de Washington, autora sênior do artigo. "Isso ocorre porque uma proporção maior de homens em comparação com mulheres consome álcool, e seu nível médio de consumo também é significativamente maior", acrescentou.

No estudo, os pesquisadores avaliaram o risco associado à ingestão de álcool para homens e mulheres a partir dos 15 anos, entre 1990 e 2020. As partes do globo com maior abuso da substância são Australásia, Europa oriental e central e Cone Sul (Argentina, Chile e Uruguai — embora estados brasileiros eventualmente façam parte dessa região, eles ficaram de fora na publicação da The Lancet). A distribuição da carga de doenças relacionadas à bebida, como câncer, males cardiovasculares e tuberculose, variou entre as regiões, especialmente para maiores de 40.

Mas, de forma geral, os principais danos causados globalmente pela substância foram acidentes, homicídios e suicídios, especialmente entre os mais jovens. "Nossa mensagem é simples: os jovens não devem beber. Embora possa não ser realista pensar que os jovens adultos vão se abster de beber, achamos importante comunicar as evidências mais recentes para que todos possam tomar decisões informadas sobre sua saúde", disse Emmanuela Gakidou.

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