Há exatamente quatro anos, no dia 03 de março de 2018, o destino de Maceió mudava. Um tremor de terra de 2,5 na escala Richter foi sentido em vários bairros logo após fortes chuvas que caíram na capital. Começava ali o drama dos moradores do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Mutange.
Hoje, os tradicionais bairros estão abandonados, enquanto a Braskem afirma que trabalha para minimizar os danos e evitar uma catástrofe pior. O debate sobre o acordo de indenizações é outro que perdura e atrai insatisfações.
As rachaduras e o afundamento do solo causados pela extração de sal-gema trouxeram tristeza e angústia a mais de 55 mil pessoas que moravam ou tinham algum comércio nos bairros, obrigados a deixarem suas casas e estabelecimentos, que totalizam mais de 16 mil imóveis.
Prédios históricos foram isolados e edifícios e casas em situação de risco de desmoronamento estão sendo demolidos por prevenção. Mais de 5% do território maceioense completamente inabitável nas próximas décadas.
Para fechar os 35 poços, cujas atividades de mineração foram paralisadas em 2019, a Braskem preenche as cavidades com uma solução à base de areia. A previsão é finalizar os trabalhos em dezembro de 2023, mas não há garantia da solução total do problema. Caso funcione, segundo a Defesa Civil, em menos de 30 anos não haverá estabilidade total da região.
Enquanto especulações e incertezas dominam o futuro dos bairros afetados, moradores e comerciantes seguem lutando por indenizações justas. Eles esperam que no quinto aniversário da tragédia o cenário seja menos desolador e mais de justiça perante a dor de cabeça persistente desde aquele dia 03 de março de 2018.
folha de alagoas