A variante ômicron do coronavírus, que já responde pela maioria dos casos em países como Reino Unido, Dinamarca e Estados Unidos, deve se tornar a dominante também na Alemanha em poucas semanas.
O chefe do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental alemã para a prevenção e controle de doenças, disse nesta quarta-feira (22/12) que espera que o recente declínio de infecções no país sofra um revés em breve.
Lothar Wieler alertou que a variante ômicron deve se tornar a dominante em meados de janeiro.
"Nos últimos dias, o número de casos diminuiu, mas, infelizmente, isso não é um sinal de abrandamento", disse ele em entrevista coletiva em Berlim. "Precisamos diminuir os números, que ainda são muito altos de casos. (...) O Natal não deve ser a faísca que acende o fogo da ômicron", completou.
Em reunião na terça-feira, o chanceler federal, Olaf Scholz, e os governadores dos 16 estados alemães concordaram em impor novas restrições, inclusive para vacinados e recuperados, logo após o Natal.
No entanto, o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, afirmou nesta quarta-feira que já não é mais possível evitar uma quinta onda do coronavírus, impulsionada pela ômicron.
"Estamos em uma situação em que, aos poucos, conseguimos controlar a [quarta] onda e com a variante delta", disse ele em Berlim, ao lado de Wieler. "No entanto, esperamos uma quinta com certeza", alertou.
O ministro disse que as vacinas de reforço são fundamentais na luta contra o coronavírus, com eficácia na prevenção de casos graves em mais de 90%.
Lauterbach também revelou que a Alemanha encomendou 80 milhões de doses de uma vacina específica contra a ômicron, produzida pela BioNTech. No entanto, a entrega não deve ocorrer antes de abril ou maio. Atualmente, a principal vacina usada para o reforço na Alemanha é a da Moderna.
O país encomendou 4 milhões de doses do imunizante da Novavax, aprovado esta semana pela União Europeia.
De acordo com o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, 69,7% dos alemães estão completamente vacinados contra a covid-19, e 32,3% já receberam a dose de reforço.
Apesar de não ter escassez de vacinas, boa parte da população se nega a se imunizar contra a covid-19.
Diante da ameaça da rápida disseminação da variante ômicron do coronavírus, a Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko, na sigla em alemão) recomendou que a terceira dose seja aplicada com um intervalo de apenas três meses da vacinação completa.
Nesta quarta-feira, o Conselho de Ética da Alemanha recomendou a ampliação no país da obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 para adultos a partir dos 18 anos.
A Alemanha registrou nesta quarta-feira 45.659 novos casos de covid-19 e 510 mortes em razão da doença. No total, o país contabiliza 6.878.709 infecções e 109.324 óbitos desde o início da pandemia.
le (afp, dpa, reuters, dpa,ots)
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