O Ibovespa fechou nesta segunda-feira (6) em alta de 1,70%, a 106.858 pontos, maior fechamento desde 11 de novembro. A terceira alta seguida veio em meio a um clima positivo, com a diminuição dos receios em relação à variante ômicron e o andamento da PEC dos Precatórios.
Vale foi a maior contribuição positiva para o índice, enquanto Rumo ocupou a ponta oposta.
Lucas Monteiro, trader de multimercados da Quantitas, diz que começa a se criar para o Ibovespa “um ambiente onde, talvez, a gente esteja começando a enxergar uma virada de movimento, em que aquela tendência de queda que vinha desde julho e agosto esteja começando a mudar”.
Segundo Monteiro, a pressão sobre o Ibovespa tem refletido receios especialmente sobre a questão fiscal, mas “talvez tenha ido um pouco além do que os fundamentos mostravam.” Na semana passada, o índice renovou a mínima intradiária do ano e por pouco não rompeu a casa dos 100 mil pontos em 30 de novembro.
Ajudam também notícias de que a variante Ômicron do coronavírus tem mostrado sintomas de menor gravidade, segundo relatos na África do Sul, onde ela foi encontrada inicialmente.
Já dólar fechou em alta de 0,25%, a R$ 5,6925 na venda. O fator de pressão sobre o câmbio brasileiro é a possibilidade de aumentos antecipados de juros nos Estados Unidos. Juros maiores em um país tendem a elevar a atratividade de sua moeda, uma vez que aumentam a rentabilidade dos investimentos no mercado de renda fixa local.
“A decisão sobre a alta de juros no Brasil [que será anunciada nesta quarta] já havia sido precificada em 1,5 ponto percentual. Isso faz o investidor externo olhar de novo para o Brasil e trazer recursos”, explicou Lucas Schroeder, diretor de operações da Câmbio Curitiba. “Mas a gente acaba tendo que disputar com os Estados Unidos”.
Na prática, se o Fed americano acelerar o ritmo de redução de seus estímulos e antecipar aumentos de juros para 2022, como o chair Jerome Powell sinalizou abertamente na semana passada, isso poderá limitar o efeito do ciclo de alta da Selic sobre o mercado de câmbio doméstico.
“Competir com (aumentos de) juros nos Estados Unidos é difícil, porque investir lá é muito seguro; a maior economia do mundo não dá calote”, disse Schroeder.
Equipe econômica conseguiu domar principais gastos públicos, repete Guedes (15h32)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu nesta segunda-feira a avaliação de que a equipe econômica atual teria conseguido domar os principais gastos públicos. “Derrubamos e recontrolamos a trajetória de gastos com previdência, juros, salários do funcionalismo e finalmente essa jabuticaba brasileira, que são os precatórios”, afirmou na cerimônia do Prêmio Tesouro Nacional 2021.
Em rápido discurso na abertura do evento, Guedes voltou a citar a redução do rombo primário em 2021.
“O País tinha um déficit de 2% do PIB quando nós chegamos, reduzimos para 1% em 2019, fomos a 10,5% do PIB em meio à pandemia, esse ano volta a 1% e ano que vem está previsto em 0,5%”, reafirmou o ministro da Economia.
Dow se recupera com impulso de ações cíclicas; Nvidia lidera perdas da tecnologia (14h04)
O índice Dow Jones subia mais de 1% nesta segunda-feira em meio à alta de bancos e ações de energia, ligados à economia, que se recuperavam de quedas acentuadas registradas na semana passada, enquanto os papéis de tecnologia lutavam para manter o ritmo à medida que a Nvidia puxava para baixo as demais fabricantes de chips.
Ações blue-chip, como de Goldman Sachs, 3M Co, Boeing Co e Chevron Corp, subiam mais de 1% e eram responsáveis pelo avanço do Dow Jones.
“Se a força de hoje nas ações blue-chip puder se sustentar, isso poderá dar ao resto do mercado a capacidade de começar a sentir alguma confiança”, disse Robert Pavlik, gerente sênior de portfólio da Dakota Wealth Management.
O índice de tecnologia do S&P 500 recuava 0,1%, puxado para baixo por uma queda de 5,4% nas ações da Nvidia Corp.
Os pares da fabricante de chips Qualcomm Inc e Advanced Micro Devices Inc também caíam, enquanto o índice Philadelphia de semicondutores tinha baixa de 1,5%.
A Tesla Inc recuava 3,1%, pesando no Nasdaq depois que a Reuters noticiou a abertura de uma investigação da Securities and Exchange Commission (SEC, na sigla em inglês; órgão que regula o mercado de capitais dos EUA) sobre denúncias de defeitos em painéis solares da fabricante de carros elétricos.
Às 14:02 (horário de Brasília), o índice Dow Jones subia 1,81%, a 35.206,09 pontos, enquanto o S&P 500 ganhava 0,94%, a 4.581,08 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançava 0,28%, a 15.127,35 pontos.
BRF, Braskem, CCR e Embraer saltam, enquanto Méliuz mergulha (13h08)
BRF dispara 6,63%, enquanto JBS sobe 0,51% e Marfrig avança 1,68%. As três ações caíram na sexta, após relatório do Bradesco BBI rebaixando a recomendação para os dois papéis.
CCR sobe 5,97%, após coluna do Lauro Jardim, n’O Globo, dizer que gestora canadense de fundos de pensão CDPQ tem interesse na fatia da companhia detida pela Andrade Gutierrez.
Embraer sobe 5,17%, depois de anunciar dois acordos com empresas da Austrália que somam 60 encomendas de aeronaves elétricas de pouso e decolagem verticais (eVtol) feitas para a subsidiária Eve Urban.
Petrobras PN sobe 1,22% e ON avança 1,60%, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar, em entrevista ao Poder360, que a empresa deve nesta semana a anunciar redução no preço de combustíveis. A estatal disse que não antecipa decisões de reajustes. O petróleo sobe com a leitura de que a variante ômicron pode impactar menos a economia se os sintomas se provarem não tão graves.
Méliuz afunda 9,06%, após subir mais de 30% na sexta-feira na esteira de divulgação de dados da Black Friday. No setor de tecnologia Locaweb cai 0,78% e Totvs cede 1,15%. As units do Banco Inter avançam 1,06%.
Braskem avançando 7,42% e Rede D’Or caindo 2,49% também são destaques.
Ações europeias esboçam recuperação após semana volátil (7h35)
As ações de petróleo ajudavam a impulsionar uma recuperação no mercado europeu nesta segunda-feira, após perdas acentuadas no fim da semana passada, quando temores sobre a variante Ômicron do coronavírus e perspectivas para a política monetária norte-americana pesaram sobre o sentimento de investidores.
Às 7:34 (horário de Brasília), o índice pan-europeu STOXX 600 subia 0,37%, a 464,46 pontos, com o setor de energia em alta de 1,4%.
Os preços do petróleo subiam mais de 1 dólar o barril, depois que o principal exportador global, Arábia Saudita, aumentou os preços do insumo vendido para a Ásia e os Estados Unidos.
Ajudando a dissipar algumas preocupações sobre a Ômicron, uma autoridade de saúde sul-africana disse no fim de semana que a variante causava infecções leves, enquanto a principal autoridade de doenças infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, afirmou à CNN que “não parece haver um grande grau de gravidade” até agora.
Bolsas da Ásia fecham a maioria em queda, com risco de calote da Evergrande (7h18)
As bolsas da Ásia fecharam a maioria em queda nesta segunda-feira, 6, com o retorno das preocupações quanto à solvência do mercado imobiliário chinês, depois que a Evergrande alertou que pode não ter dinheiro suficiente para pagar uma nova rodada de dívidas. O avanço da variante Ômicron do coronavírus também segue no radar das mesas de operações.
Em comunicado, a incorporadora chinesa informou que não há garantia de que tem recursos em caixa parar honrar obrigações financeiras, após ter sido chamada a pagar US$ 260 milhões em títulos de dívida em dólar.
Os prospectos de um possível calote levaram a ação da empresa a desabar 19,56% em Hong Kong, ao menor nível desde 2010. Com isso, o índice Hang Seng, referência na bolsa do território semiautônomo chinês, encerrou o pregão em baixa de 1,76%, a 23.349,38 pontos.
O papel da Alibaba recuou 5,61%, após a gigante de tecnologia anunciar reestruturação e trocar o comando de sua equipe financeira. Companhias chinesas listadas em Nova York seguiram sob pressão, depois que a Didi Global anunciou que deixaria Wall Street, em meio ao cerco de Pequim.
Na China continental, Shangai cedeu 0,50%, a 3.589,31 pontos, enquanto Shenzhen, de menor abrangência, perdeu 1,22% a 2.495,50 pontos.
Em Taiwan, o Taiex caiu 0,05%, a 17.688,21 pontos.
No Japão, o índice Nikkei baixou 0,36%, a 27.927,37 pontos. SoftBank, que tem exposição considerável a empresas como Alibaba e Didi, despencou 8,20%.
Na contramão, o Kospi subiu 0,17%, a 2.973,25 pontos, em Seul. Os ganhos no setor de eletrônicos ofuscaram os temores quanto à variante Ômicron do coronavírus, que foi confirmada na Coreia do Sul e levou o país a endurecer restrições de viagens.
Já na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, registrou leve alta de 0,05%, a 7.245,10 pontos. Ações de energia e indústria subiram 0,6% e 0,7%, respectivamente, enquanto o setor de bens de consumo básicos avançou 1,9% e os serviços públicos ganharam 2,0%. O setor de tecnologia foi o maior entrave do índice, com queda de 2,2%. Com informações da Dow Jones Newswires.
(Com Reuters e Agência Estado)