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Atualidade
01/09/2021 06:00:00

'Escória maldita' e 'racismo nutella'; relembre polêmicas de Sérgio Camargo

Checagem da vida de rappers, selo que nega racismo, exclusão de personalidades homenageadas pela fundação e suposta intolerância religiosa


'Escória maldita' e 'racismo nutella'; relembre polêmicas de Sérgio Camargo

As polêmicas em torno de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, vêm desde antes de sua nomeação, e aumentaram quando o jornalista assumiu a chefia da instituição . Usuário assíduo do Twitter, Camargo coleciona duras críticas de diversos setores da sociedade por conta de falas controversas, sobretudo a respeito de movimentos negros no Brasil e de racismo.

Segundo revelou o Fantástico deste domingo (29/8), uma ação do Ministério Público do Trabalho pede o afastamento do presidente da Fundação Palmares por conta de denúncias que apontam assédio moral, perseguição ideológica e discriminação por parte do jornalista em sua gestão. A ação foi protocolada na última sexta-feira (27/8) e se baseia nos relatos de 16 servidores e ex-funcionários que mostram uma rotina de humilhação e terror psicológico.

Relembre, em ordem cronológica, os episódios envolvendo Sérgio Camargo que antecederam a ação protocolada pelo Ministério Público do Trabalho:

Novembro - Nomeação

Sérgio Camargo substitui Vanderlei Lourenço no cargo da presidência da Fundação Cultural Palmares. A nomeação causou polêmica por conta de declarações do novo presidente, que já havia dito que no Brasil existe um "racismo nutella" e que "a negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda". Em outra fala controversa, o jornalista disse que a escravidão foi "terrível, mas benéfica para os descendentes" porque negros viveriam em condições melhores no Brasil do que na África.

4/12 - Suspensão

O juiz federal substituto Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal de Sobral, suspendeu o ato de nomeação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, alvo de críticas por declarações contrárias ao movimento negro. Em fevereiro, no entanto, acatando um recurso da Advocacia Geral da União (AGU), o Superior Tribunal de Justiça autorizou a nomeação de Camargo para o cargo.

10/3 - Extinção de órgãos

Sérgio Camargo extingue sete órgãos colegiados da instituição, como o Comitê Gestor do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, o Comitê de Governança e o Comitê de Dados Abertos, exonerando servidores e passando a centralizar decisões que antes eram tomadas coletivamente.

23/3 - Contra o isolamento

No começo da pandemia, quando o coronavírus já havia matado milhares de pessoas pelo mundo, Sérgio Camargo foi às redes sociais minimizar o perigo da doença e criticar as medidas de isolamento: "Confinaram 99% da população em casa para vencer um vírus que mata em torno de 1% dos infectados. O isolamento, exceto para os que são do grupo de risco, precisa ser imediatamente suspenso. É a maior imbecilidade da história da humanidade! Ao trabalho, brasileiros!", publicou.

17/4 - Checagem da vida de rappers

O jornalista afirma nas redes que rappers passariam por "checagem da vida pregressa" antes de receber qualquer apoio da instituição. "Projetos com rappers serão aceitos na Fundação Palmares somente após rigorosa checagem da vida pregressa dos ‘artistas’. Aqueles que se enveredam pelo caminho do crime, da apologia das drogas e da putaria, ou se deixam usar como capachos da esquerda, jamais serão contemplados", afirmou no Twitter.

30/4 - 'Escória maldita'

Em reunião a portas fechadas com servidores da Fundação Palmares, Sérgio Camargo ironizou o Dia da Consciência Negra, xingou Zumbi dos Palmares e chamou o movimento negro de "escória maldita". Na mesma gravação, divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Camargo afirmou que "não vai ter nenhum centavo pra macumbeiro".

13/5 - Textos questionam Zumbi

Fundação Palmares publica textos no site da instituição questionando a figura de Zumbi. "Zumbi foi um herói?", da professora Mayalu Felix, e "Zumbi e a Consciência Negra – Existem de verdade?", do professor Luiz Gustavo dos Santos Chrispino, levantam supostas inconscistências do personagem histórico, cuja data em que teria sido assassinado, 20 de novembro, passou a ser celebrada como o Dia da Consciência Negra.

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