O desfile militar promovido pelo presidente Jair Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios , mesmo dia em que pode ser votada a proposta de emenda constitucional (PEC) do voto impresso, provocou reação de parlamentares. Além da posição dos membros da CPI do Senado, partidos e siglas críticaram o ato e a postura do presidente.
Nove partidos de oposição se manifestaram contra o que consideram "uma tentativa de constrangimento ao Congresso Nacional e ao povo". O documento, assinado por PSB, PCdoB, PDT, PT, REDE, PSOL, PSTU, Solidariedade e Unidade Popular, condena o desfile de blindados e aponta para o cunho político do ato, inclusive com a participação de Jair Bolsonaro.
Os partidos rejeitam a justificativa da Marinha, que tratou a cerimônia apenas como um ato preparatório para o tradicional exercício militar em Formosa, cidade goiana.
"Estranhamente, e diferente das edições anteriores, é a primeira vez que o convite é feito com um ostensivo e desnecessário desfile de blindados militares, injustificável e reprovável por várias razões de interesse sanitário público". Os oposicionistas dizem ainda que o evento serviu ao propósito de pressionar os parlamentares, que decidem hoje sobre o voto impresso. Acrescentaram ainda que o ato promove aglomerações.
"É inaceitável, ainda, que as Forças Armadas permitam que sua imagem seja exposta desta maneira, usada para sugerir o uso de força em apoio à proposta antidemocrática e de caráter golpista, defendida pelo presidente da República".
Em outra nota, o PSDB anunciou nesta terça-feira que "fechou questão" para que seus deputados votassem contra a PEC do voto impresso. "Discutir a mudança no sistema de votação partindo da falsa premissa de eleições fraudadas é um desserviço à democracia brasileira. Diante disso, o PSDB fechou questão, em reunião da Executiva Nacional, contra a proposta em discussão na Câmara dos Deputados".