Em meio à escalada de tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do Poder Judiciário, o procurador-geral da República Augusto Aras tem sinalizado a interlocutores que não vê cometimento de crimes por parte do presidente.
O posicionamento de Aras, manifestado em conversas recentes, é que a PGR irá agir somente quando provocada em processos no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral, mas evitará entrar em confronto com o presidente. Tampouco a PGR assumirá a dianteira em defesa das urnas eletrônicas ou dos ministros do STF. Agirá apenas quando provocada judicialmente.
Embora Aras não tenha manifestado claramente essas ideias, foi essa a tônica da sua conversa com o presidente do STF Luiz Fux nesta sexta-feira. Aras disse a Fux que a instituição está cumprindo o seu papel. Na sua interpretação, o papel da PGR é o de não interferir nas ações de Bolsonaro, as quais ele enxerga apenas como manifestações retóricas do mundo político.
O PGR acredita que as condutas do presidente só poderiam ser analisadas e julgadas pelo Congresso.