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Política
30/07/2021 02:00:00

Aliança de Bolsonaro com centrão muda estratégia de Lula para 2022


Aliança de Bolsonaro com centrão muda estratégia de Lula para 2022

Ciro Nogueira, senador eleito pelo PP do Piauí, será ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro.

Confirmada, a nomeação não representa um cartão de visitas do bolsonarismo ao centrão, mas o contrário. Quem bater à porta do Planalto, a partir de agora, receberá na antessala o líder de um grupo formado por cerca de 150 parlamentares capazes de prender e mandar soltar a agenda do Congresso como lhe convém.

Interessa agora é entender como o casamento muda também a correlação de forças para 2022.

O casamento acontece no momento em que o ex-presidente Lula, líder nas pesquisas de intenção de voto, articula apoio e alianças pelo país.

O Centrão esteve com o PT até os 45 minutos do segundo tempo do governo Dilma Rousseff. Depois saltou do barco.

Ao menos um cacique do grupo já avisou Bolsonaro que vai com ele até o velório de seu governo se precisar. Pode até carregar as alças do caixão. Mas não vai pular na cova.

Isso significa que aos 45 minutos do segundo tempo tudo pode acontecer. Inclusive uma mensagem com emoji de “oi, sumido” para quem liderar a corrida.

Possível, mas improvável.

Até o momento, a cooptação do alagoano Arthur Lira, presidente da Câmara, e do piauiense Ciro Nogueira, ambos do PP, pavimentam o palanque para Bolsonaro em dois estados-chave do Nordeste, região em que Lula ganha dele de lavada.

Para voltar ao governo, Lula sabe que precisará ampliar seu leque de apoio para além dos partidos da esquerda tradicional, como PCdoB e PSB. Até porque terá a concorrência e a fissura do PDT de Ciro Gomes neste campo.

Por isso Lula mantém conversas com alas do Centrão, como o cacique do PSD Gilberto Kassab. O PL de Valdemar Costa Neto também tem enviado flertes ao petista.

Lula certamente não recusaria apoio do PP à sua candidatura, principalmente de Nogueira, que o considera o melhor presidente que o país já teve e já chamou Bolsonaro de "fascista". 

Mas a debandada da legenda para o campo bolsonarista era uma bola quicando demais em seu campo para não chutar.

No começo da semana, em suas redes sociais, ele escreveu: “E o Bolsonaro que ficava falando que ia acabar com a ‘velha política’? Qual é a nova política dele? Ficar refém do Centrão? Não cumpriu uma coisa que ele falou”.

Mais do que o casamento do adversário, a postagem do petista selava o afastamento, ao menos por ora, dos ex-aliados do PP, o partido com mais lideranças investigadas durante a Lava Jato.

Os possíveis amigos hoje são alvos de ataques via chacota. Sobrou para Lira e Nogueira, agora inimigos.

Se a aliança garante a Bolsonaro apoio parlamentar e palanque em uma região onde é majoritariamente rejeitado, ela também aponta qual será seu calcanhar de Aquiles na busca pela reeleição. Ele já não será o "cara da Lava Jato" nem terá muito o que dizer quando o assunto é toma-lá-dá-cá e combate à corrupção, seus mantras em 2018.

Ao menos para o conjunto de eleitores que escolheram o ex-capitão como remédio contra “tudo isso que está aí” e hoje sentem-se órfãos.

O casamento com os profissionais do Centrão prova que Bolsonaro, como animal político, era apenas mais do mesmo. Só que, como dublê de estadista, muito pior.

https://br.noticias.yahoo.com/ 



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