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Saúde
22/07/2021 10:00:00

Análise detecta herpes vírus humano em artérias do cérebro com aneurismas

Presença do HHV e do torque teno vírus (TTV) pode ter relação com formação de aneurismas que causam hemorragias cerebrais


Análise detecta herpes vírus humano em artérias do cérebro com aneurismas

Análises feitas em pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) revelaram pela primeira vez a existência de dois tipos de vírus em amostras de tecidos relacionados com aneurismas intracraniano (AIs), uma dilatação nas artérias do cérebro. As avaliações em pacientes com aneurismas detectaram o material genético do herpes vírus humano (HHV) e do torque teno vírus (TTV) e um estudo de caso encontrou a presença de DNA viral nas artérias cerebrais dos aneurismas. Os resultados do trabalho podem contribuir para os estudos sobre a influência das infecções por vírus na formação dos aneurismas, cuja ruptura provoca hemorragias cerebrais, as quais elevam muito as chances de morte do paciente, sendo por isso um evento temido pelos médicos.

Na continuação do estudo, foram analisadas amostras de aneurismas de 35 pacientes, e em 16 deles (46%) foi constatada a presença de vírus. Desses pacientes, 15 apresentavam o HHV e um deles o TTV. “Esta é a primeira descrição na literatura que estabelece a presença de infecção por EBV e TTV em amostras de tecidos de Ais”, ressalta o pesquisador. “Estes achados mostraram que a infecção por vírus pode contribuir para a fisiopatologia da formação, progressão e ruptura de AI ao modular fatores inflamatórios e imunológicos da parede do vaso”

Segundo o neurocirurgião, a população brasileira ainda apresenta condições sociais de baixa renda, escolaridade e problemas sociais que corroboram a hipótese de que pode aumentar o contágio de vírus e, consequentemente, favorecer sua cronicidade e todas as alterações citadas no estudo. “Populações com riscos sociais apresentam maior predisposição à redução da imunidade, consequentemente, maior presença de vírus na corrente sanguínea. Estudos multicêntricos são necessários para comparar estas hipóteses entre as populações”, destaca. “Os resultados deste estudo destacam também a importância de ampliar o entendimento e esclarecer as relações entre inflamação, reação imunológica e aneurismas cerebrais e, com o avanço da tecnologia, a desenvolver técnicas de detecção do vírus como biomarcador para diagnóstico precoce e vacinas”.

“Já existem fatores de risco para desenvolvimento do aneurisma cerebral conhecidos como fatores modificáveis, como hipertensão, uso de drogas, tabagismo, e fatores não modificáveis como genética, história de já ter tido aneurisma que rompeu, tamanho do aneurisma, e síndromes associadas”, afirma Rabelo. “Porém existem pacientes que não apresentam os fatores de risco conhecidos que expliquem totalmente o porque que em alguns pacientes manifestam a doença aneurismática. Isso torna necessário pesquisas como essa para buscar outros fatores de risco para desenvolvimento do aneurisma”. A pesquisa faz parte da tese de doutorado ddo Dr Nícollas Nunes Rabelo, realizada no programa de pós-graduação em neurologia da FMUSP. O estudo foi orientado pelo professor Eberval Gadelha Figueiredo e teve como co-orientador o professor Paulo Henrique Braz da Silva.

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