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Coronavirus
19/07/2021 19:00:00

AL registra aumento de casos de covid entre crianças e adolescentes; especialistas falam sobre os cuidados


AL registra aumento de casos de covid entre crianças e adolescentes; especialistas falam sobre os cuidados

Os casos graves e óbitos por covid-19 entre crianças e adolescentes em Alagoas, cresceram em 2021 quando comparados a 2020. Foram registrados, de janeiro a julho, 305 casos de Síndromes Respiratória Aguda Graves (SRAG) entre os menores de 10 anos e 103 na faixa etária entre 10 e 19, além 7 e 17 óbitos nos respectivos grupos, segundo o Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS/AL).

Para ter noção do crescimento, entre março e dezembro de 2020, foram registrados um total de 172 quadros de SRAG, até os 10 anos de idade, e 102 casos na faixa etária entre 10 e 19. Além disso, o número de mortes registradas foi, respectivamente, 9 e 13 nesses grupos.

á o número de casos confirmados da doença, saiu de 2.802 para 6.606 entre os menores de 10 anos e 6.246 para 14.588 na faixa entre 10 e 19 anos.

 Ao CadaMinuto, especialistas esclarecem os cuidados com esse grupo, quais os principais sintomas e riscos para os mais jovens. Bem como os sinais indicando que é o momento das famílias buscarem atendimento médico.

 A pediatra responsável pela internação infantil do Hospital Geral do Estado (HGE), Ana Carolina Ruela, afirma que as crianças devem seguir os mesmos cuidados preventivos que os adultos: lavar as mãos, usar álcool em gel e máscaras a partir dos 2 anos de idade, sempre sob supervisão de um adulto.

Segundo a especialista, em crianças, é observada uma evolução do vírus bem diferente dos adultos, sendo cerca de 85% dos casos leves ou assintomáticos. “O percentual de internação em decorrência da Covid em UTI pediátrica não ultrapassa 5% e, em geral, são por motivos diferentes daqueles presentes nos adultos”, explica.

A pediatra Ana Carolina Ruela / Foto: Cortesia

Ela conta que o principal comprometimento desse grupo é respiratório e que “nas crianças que são admitidas em hospitais, as causas estão relacionadas à Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica Pós-Covid (SIM-P)”.

O Ministério da Saúde (MS) define o quadro citado como uma doença multissistêmica, caracterizada por febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir gastrointestinais – com importante dor abdominal – conjuntivite, exantema (rash cutâneo), erupções cutâneas, edema de extremidades, hipotensão, dentre outros. 

Além disso, os sintomas respiratórios não estão presentes em todos esses casos. A maioria dos relatados apresentaram exames laboratoriais que indicavam infecção atual ou recente pelo coronavírus.

 A pediatra esclarece que os sintomas em crianças, na infecção primária, são semelhantes a de um resfriado comum leve. “Já a SIM-P, caracteriza-se por febre alta persistente, dores abdominais, vômitos e diarreia, conjuntivite, manchas na pele, alterações pró-trombóticas, crises convulsivas e outros sintomas atípicos, menos comuns”, detalha Carolina.

Enquanto a especialista em infectologia pediátrica, Auriene Oliveira, relata que a síndrome é uma complicação rara, mas que deve-se ficar atento ao diagnóstico. “É um quadro que atinge, principalmente, maiores de 9 anos e que ocorre tardiamente, quando já passou a fase inicial de tosse, coriza e febre”, afirma.

“O paciente apresenta febre persistente por mais de 5 dias, manchas difusas no corpo, dor abdominal, olhos vermelhos, mãos e pés edemaciados. Além destas alterações clínicas, há alterações laboratoriais que serão avaliadas durante o atendimento médico. Confirmada a condição é necessária internação para terapêutica específica”, indica Auriene.

De acordo com a infectologista, os estudos científicos e as estatísticas demonstram que os riscos de gravidade da Covid-19 em crianças e adolescentes são menores do que no adulto, principalmente quando os pacientes são previamente saudáveis. 

A infectologista pediátrica Auriene Oliveira / Foto: Cortesia 

“Entretanto, o mesmo não se aplica quando falamos em pacientes com comorbidades como cardiopatias congênitas, nefropatias, diabetes mellitus e outros, bem como bebês prematuros”, aponta.

A infectologista assegura que as crianças podem transmitir, mesmo assintomáticas, e só ter diagnóstico descoberto quando alguém do núcleo familiar é infectado. E, no geral, elas apresentam febre, dor de garganta, tosse e coriza, mas que podem vir acompanhadas de dor abdominal, vômitos, diarréia e manchas pelo corpo.

 Diferença na transmissão entre crianças e adultos

 A respeito da diferença na transmissão da doença entre crianças e adultos, a infectologista garante que se um paciente está infectado, o risco de transmissão existe. Porém, como as crianças são pouco sintomáticas ou assintomáticas, elas transmitem menos do que os adultos .

“Temos estudos publicados pela Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] demonstrando isso. Como tem menos receptores de ligação do vírus acabam transmitindo menos. Claro que os cuidados de prevenção devem ser mantidos”, declara.

Em concordância, Carolina alega que as crianças não transmitem mais que adultos e “ao contrário, elas, em geral, têm baixa carga viral, tendo menor infectividade”.

Questionada sobre um possível aumento no número de casos com relação ao ano anterior, a pediatra do HGE diz que o aumento entre as crianças ocorreu na mesma medida que nos adultos, seguindo as curvas da segunda onda. “Entretanto, como ocorreu no ano passado, não observamos maior letalidade e mortalidade em crianças, relacionadas ao Covid”, afirma.

Sobre esse ponto, Auriene diz que, em 2021, ocorreu um aumento no número de casos de um modo geral e as crianças passaram a ser mais contaminadas. Por consequência, o número de quadros graves aumenta proporcionalmente.

“Em 2020 estávamos com as medidas de distanciamento mais rigorosas e as crianças foram mais poupadas da infecção. À medida que tivemos relaxamento no distanciamento o número de casos aumentou e, consequentemente, o número de casos graves”, informa.

Já com relação aos sinais de que é o momento de procurar um médico, Carolina orienta que os pais devem buscar atendimento se a criança estiver com dificuldade para respirar ou febre persistente por mais de 3 dias.

Auriene também aconselha a necessidade de suporte médico em casos de queda do estado geral, como vômitos persistentes pelo risco de desidratação. 

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