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Meio Ambiente
16/07/2021 19:00:00

Crise hídrica não deverá ameaçar Alagoas

Previsão é que não haja racionamento de água e nem de energia no estado devido ao período da quadra chuvosa


Crise hídrica não deverá ameaçar Alagoas

Ao depender dos reservatórios existentes em Alagoas, o estado não deverá sofrer por falta de água, já que devido ao período de recarga hídrica estes seguem com níveis elevados. Para o coordenador da Sala de Alerta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), meteorologista Vinícius Pinho, que é responsável pelo monitoramento dos sete maiores reservatórios de Alagoas, a informação já era esperada em razão do período da quadra chuvosa.

De acordo com ele, o maior problema hoje é no sertão alagoano, pois naquela região não existem grandes reservatórios. “A população depende da água da chuva armazenada em cisternas e também de água nos pequenos açudes e Barreiros. Esses pequenos açudes são muito susceptíveis ao efeito do tempo, caso passemos algumas semanas com pouca chuva eles secam”, frisou.

“O Sertão é uma região com poucos dias de chuva, consequentemente os dias com sol forte são mais frequentes e isso aumenta a perda de água para a evaporação. O grande problema é que a maioria dos reservatórios fica localizada na metade leste de Alagoas e eles não são reservatórios que armazenam grandes volumes de água”, ressaltou Vinicius Pinho.

Ainda segundo o coordenador da Sala de Alerta, há previsão de chuvas ainda pelo menos até agosto, com maiores volumes registrados no Litoral e na zona da Mata. Já para as demais regiões: Sertão, Sertão do São Francisco e Agreste a previsão é de chuvas abaixo da média, o que deve agravar a seca e fazer com que não se tenha água suficiente no pós-período chuvoso.

Em relação a apagões, Vinicius Pinho observou que a grande parte da energia elétrica de Alagoas vem da hidrelétrica de Xingó e não existe nenhuma restrição por lá até o momento.

A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) informou que os meses de maio, junho, julho e agosto, em Alagoas, são meses de chuva, e que, por esta razão, o estado não passa por crise hídrica no momento.

“Estamos em período de melhores e mais intensas chuvas no estado. É certo que as chuvas estão mais concentradas no Litoral e Zona da Mata, que são as regiões abastecidas pela Casal por meio de barragens, açudes, rios e poços, os quais estão com níveis satisfatórios e que nos dão segurança hídrica, sem nenhuma previsão de racionamento”, salientou o órgão.

Já no Agreste e no Semiárido do estado, onde as chuvas são menos intensas, todas as cidades atendidas pela Casal recebem água do Rio São Francisco, ou seja, não dependem de barragens e açudes, mas somente do Rio São Francisco, o qual está adequado para a captação feita pelas estações da Companhia.

“Nessas duas regiões, da mesma forma, também não temos previsão ou perspectiva de racionamento por falta de água no manancial, o qual é exclusivamente o Velho Chico. A Casal trabalha, portanto, com segurança hídrica e sem nenhuma perspectiva de racionamento”, avisou.

Marcelo Ribeiro, advogado ambiental e membro da Câmara Técnica Institucional e Legal do CBHSF, disse que Alagoas não corre risco de sofrer com racionamento por conta da chamada: quadra chuvosa. “Não existe o risco de desabastecimento no estado, diferentemente da região sudeste do país e as demais. Já no Sertão, realmente preocupa por conta da redução da vazão do São Francisco. A crise hídrica se dá mais no contexto das regiões Sul e sudeste”.

Com relação a um possível pagão, Marcelo Ribeiro explicou que a energia elétrica é interligada e afeta o Brasil como um todo, porém lembrou que o Governo Federal jurou que não terá nenhum tipo de problema quanto a esta questão. “Acredito também que não haja esse problema, o que pode acontecer é voltar o horário de verão em algumas regiões ou campanha para redução do uso de energia nos picos”, mencionou.

A BRK Ambiental que é responsável pela distribuição da água em dez municípios da Região Metropolitana de Maceió, sendo a captação, produção e tratamento de responsabilidade da Casal informou por meio de nota, que a empresa mantém o acompanhamento da disponibilidade hídrica junto à estatal e demais órgãos competentes e, até o momento, não possui informações sobre criticidade nos reservatórios do estado.

Medidas para garantia do suprimento de energia elétrica

 

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reuniu no dia 07 último e avaliou, dentre outros assuntos, as condições de suprimento eletroenergético ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Conforme informado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), permanece o cenário de atenção quanto às condições de atendimento, com predominância de baixos armazenamentos nos reservatórios das usinas hidrelétricas, em decorrência do cenário de escassez hídrica verificado no País, destacadamente na bacia do rio Paraná.

Além disso, as afluências permanecem inferiores aos valores médios históricos, com a caracterização dos piores montantes verificados para o SIN no período de setembro a junho em 91 anos de histórico.

Foram mencionadas as ações e avaliações em curso para garantir a máxima disponibilidade de recursos energéticos para o SIN em 2021, inclusive com relevante participação de instituições não integrantes do setor elétrico brasileiro.

Foi também destacada a instituição da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), por meio da Medida Provisória 1.055/2021, de forma a fortalecer a governança para o enfrentamento da crise hídrica, estabelecendo, assim, a articulação necessária entre os órgãos e entidades responsáveis pelas atividades dependentes dos recursos hídricos.

Tendo em vista os estudos apresentados pelo ONS, o CMSE recomendou novas flexibilizações das restrições hidráulicas relativas às usinas hidrelétricas Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira e Três Irmãos. Ademais, o ONS deverá avaliar, em conjunto com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a estratégia de utilização dos reservatórios das usinas hidrelétricas da bacia do Rio Grande, para proporcionar a devida governabilidade das cascatas hidráulicas, preservar o uso da água e garantir segurança e continuidade do suprimento de energia elétrica no País ao longo do período seco de 2021. As deliberações do CMSE relativas ao tema serão encaminhadas à CREG para apreciação.

Adicionalmente, dentre outros assuntos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) apresentou proposta de campanha de conscientização do uso eficiente da energia elétrica, em atendimento à deliberação da 247ª reunião do CMSE.

Conforme registrado, a medida visa sensibilizar a população quanto à responsabilidade do consumo consciente de energia, apresentando orientações assertivas sobre as condições de geração de energia elétrica e o consumo consciente, de forma a evitar desperdícios que podem se traduzir em custos adicionais, pagos por toda a sociedade. A campanha será de realização obrigatória pelas concessionárias de distribuição no segundo semestre de 2021, com custeio a ser validado pela ANEEL. (Com assessoria)

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