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Justiça
04/07/2021 23:00:00

Juiz alagoano que mudou sentença de colega para beneficiar filho tem pedido de revisão disciplinar instaurado pelo CNJ


Juiz alagoano que mudou sentença de colega para beneficiar filho tem pedido de revisão disciplinar instaurado pelo CNJ

Durante a sessão ordinária do dia 29 de junho, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu por unanimidade determinar a instauração de revisão disciplinar em desfavor do magistrado alagoano Pedro Jorge Melro Cansanção, suspeito de ter editado uma decisão processual de um colega para beneficiar o filho.

O juiz virou alvo de investigação da Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) em 2019. Segundo informações, o filho do magistrado funcionava como advogado no processo em que houve a modificação da minuta, além de o próprio magistrado processado ter afirmado em audiência, que o “processo envolvia o campo do CRB” e que as partes eram amigas pessoas da família.

De acordo com o documento que a reportagem teve acesso, o juiz teria feito essa modificação no dia 10 de maio de 2017 e 15 de maio de 2017, sem nenhuma autorização legal.

Por isso, os desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas acolheram a decisão da Corregedoria para que fosse instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o juiz. Porém, o CNJ pediu uma revisão.

A defesa

O advogado de defesa, Filipe Calheiros disse – durante a sessão - que a testemunha não confirmou que houve modificação da minuta. “A situação é complexa. A testemunha que apontou isso, em audiência, não conseguiu comprovar que houve alteração. Não apresentou nem a original e nem alterada”.

O advogado também ressaltou que durante todo tempo como magistrado, o juiz Pedro tem 30 processos contra ele, mas que a grande maioria está arquivada. 

Na sessão, a ministra Maria Thereza de Assis Moura explicou que o voto dela não “levava em consideração os processos que o magistrado tem”. “Só nos anos de 2020 e 2021, em andamento na Corregedoria, tem nove processos contra ele. Mas no caso aqui, estamos falando do processo da modificação da minuta”, disse.

Para a ministra, a pena de advertência feita pelo TJ para o magistrado foi desproporcional ao que aconteceu. “Essa é a razão do meu voto pela infração de ofício para a revisão disciplinar”, comentou.

Os pares acompanharam a decisão da ministra. 

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