Com 46 assinaturas e 271 páginas, a Câmara recebeu, ontem, um superpedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. O documento é assinado por deputados da oposição e da direita, como Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP) — que chegaram à Casa levados pela onda do bolsonarismo, em 2018.
Porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), deu a entender que não dará sequência à iniciativa: “Tem 120 na fila”, disse. O texto foi elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e tem como signatários, além dos parlamentares, entidades representativas da sociedade e personalidades.
O documento aponta uma série de crimes que teriam sido cometidos por Bolsonaro desde que assumiu a Presidência. Cita que ele, durante a pandemia do novo coronavírus, fez aglomerações, atrasou a chegada de vacinas, divulgou remédios ineficazes como cura e dificultou medidas de isolamento social por parte de prefeitos e governadores. Mencionam, ainda, o “negacionismo, o menosprezo e a sabotagem assumida das políticas de prevenção e atenção à saúde dos cidadãos brasileiros, diante da mais grave crise de saúde pública da história do país e do planeta”. O pedido reúne os autores dos 123 pedidos já protocolados desde o início do mandato, com 23 tipos de acusações de crimes.
“É muito importante que esses mais de 100 pedidos de impeachment sejam concentrados numa grande denúncia”, disse o líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ).
A frente reúne PSol, PT, PDT, PV, Rede Sustentabilidade, Cidadania, Central de Movimentos Populares (CMP), União Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimentos dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), entre outros.
“O que está sendo feito aqui é algo histórico”, acrescentou o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). “Bolsonaro é um irresponsável”, completou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que confessou ter se arrependido de ser líder do governo Bolsonaro.
Correio Braziliense