O que muda com o 5G? A tecnologia vai garantir maior velocidade de upload e download, além de conexões mais estáveis.
No Brasil, com a transmissão de dados muito mais rápida, a indústria ganhará mais eficiência, novos procedimentos da telemedicina serão possíveis e a área governamental, incluindo educação pública e saúde, contará com melhora na conectividade.
De acordo com um estudo elaborado pela Nokia, em parceria com a Omdia, o 5G terá um impacto de US$ 1,2 trilhão no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro entre 2021 e 2035.
Estarão entre os setores mais positivamente impactados: tecnologia, informação e comunicação (US$ 241 bilhões), governo (US$ 189 bilhões), manufatura (US$ 181 bilhões), serviços (US$ 152 bilhões), varejo (US$ 88 bilhões), agricultura (US$ 77 bilhões) e mineração (US$ 48,6 bilhões).
Como está a implementação no Brasil? Em maio, as operadoras TIM, Vivo e Claro finalizaram mais uma rodada de testes para auxiliar na implantação do 5G no Brasil. As empresas tentam ganhar tempo enquanto o texto do leilão de frequências segue sem aprovação do Tribunal de Contas da Uninão (TCU).
Leilão do 5G – Estão para ser leiloadas em julho faixas de frequência em quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz. É por meio delas que os dados são enviados e recebidos por dispositivos como smartphones e computadores. A disputa principal irá ocorrer entre as três grandes operadoras do país — TIM, Claro e Vivo. No entanto, empresas de pequeno porte e aquelas que não têm presença no Brasil possuem prioridade para arrematar um bloco da faixa de 3,5 GHz, que é a mais buscada.
Por que o edital ainda está parado? O principal ponto de discussão no TCU é a inclusão, no texto do edital, de escolas públicas como beneficiárias da tecnologia 5G. Deputados argumentam que a conectividade das escolas é uma obrigação legal, prevista no Plano Nacional de Educação e na lei 14.109/20.
O governo e a Anatel, contudo, afirmam que o edital não prevê meta específica para as escolas porque a obrigação de cobertura 4G e 5G já vai levar internet de alta velocidade para as escolas.
O secretário de Telecomunicações, Arthur Coimbra, demonstrou preocupação com eventual pedido de alteração no texto. “Qualquer alteração no edital pode significar atraso de oito meses no leilão”, declarou durante a audiência.
A documentação tem sido outro entrave. O secretário de Controle Externo do TCU, Uriel de Almeida Papa, afirmou que nem todos os documentos necessários para avaliação foram entregues. Sobre isso, ele acrescentou que estão sendo solicitados esclarecimentos à Anatel e ao Ministério das Comunicações.
Antenas – É preciso aumentar a malha de fibra óptica para garantir o compartilhamento de dados ao redor do país. De acordo com dados levantados pela Feninfra, o Brasil possui uma média de 2.591 habitantes por antena de celular. Esse número mostra que o Brasil já está atrasado para o 4G, uma vez que a tecnologia necessita de mil habitantes por antena para funcionar plenamente. Para a chegada do 5G, a Federação estima que seja necessário instalar mais 700 mil antenas. Até o momento, ainda não há planos de licenciamento para que isso aconteça.
Quais são os países mais avançados? A Coreia do Sul foi o primeiro país a lançar o 5G comercialmente, em abril de 2019 e hoje já possui a tecnologia disponível em 85 cidades, de acordo com a consultoria VIAVI Solutions. China e Estados Unidos vieram logo atrás e hoje possuem 5G ativo em 57 e 55 cidades respectivamente.
Agora, esses países já estão competindo pelo pódio do 6 G, que promete ser 50 vezes mais rápido que a geração anterior. A previsão é de que os países realizem a próxima migração até 2030.
Como o Brasil se compara a outros países latino-americanos? Apesar das dificuldades, o Brasil mantém seu planejamento de ter a tecnologia disponível em todas as capitais a partir de julho de 2022. Assim, o país segue como o líder do 5G na América Latina.
Segundo dados da GSM Association (GSMA), até 2025 o Brasil terá 18% da base total de conexões focadas na quinta geração de internet móvel, maior percentual entre países latino-americanos. o México aparecerá na vice-liderança, com 12% do total de conexões. Na terceira colocação virá o Chile, com 8%, seguido pela Argentina (7%) e Colômbia e Peru (ambos com 6%).