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Economia
25/06/2021 13:00:00

Gasolina acumula alta de 43% e pressiona ainda mais a renda familiar

Em Alagoas, segundo a Agência Nacional de Petróleo, o valor chega a R$ 6,09 na última semana pesquisada


Gasolina acumula alta de 43% e pressiona ainda mais a renda familiar

Alagoas e mais sete estados do país registram o preço da gasolina acima de R$ 6. A alta no preço do combustível chega a 43% em todo o país nos últimos doze meses. Para os consumidores, o preço nas bombas tem pressionado ainda mais a renda familiar.

De acordo com o levantamento desta semana da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina comum ficou em R$ 5,94 em Arapiraca e R$ 5,83 em Maceió, mas a variação alcança máxima de R$ 5,99 na segunda maior cidade do estado e R$ 6,09 na capital.

O servidor público Marcus André reclama do preço elevado da gasolina e outro problema recorrente: a má qualidade do produto.

“O preço é alto e unificado, parece um cartel. Além disso, temos que enfrentar a péssima qualidade dos combustíveis. O combustível ofertado em todo o estado é de péssima qualidade e gera outro custo que é a manutenção do veículo”, enfatiza.

Para o comerciário Ezequiel Bittencourt, o cenário é cada vez mais difícil para o trabalhador.

“É um absurdo, em pensar que há poucos anos tínhamos a gasolina a R$ 2,40. Cada vez mais piora. Esse valor absurdo só existe porque o presidente, os deputados e senadores, todos os governantes têm auxílio a gasolina. Isso piora ainda mais a vida da população, a comprar um carro, a se sustentar porque R$ 6 reais só dá pra ir e olhe lá. Para voltar fica como? Isso acontece para o pobre ficar ainda mais sem eira nem beira, com um salário mínimo desses, que é mínimo mesmo. Aumentando tudo, onde vamos parar?”, avalia o consumidor.

A venda de combustíveis em Alagoas foi alvo de operação no início deste mês. Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) postos em Maceió e Rio Largo apresentaram irregularidades.

“Foram encontradas diversas irregularidades como o rompimento de lacres de bombas, falta da obrigatória automação, bombas sem emitir documentos fiscais, omissões de entradas e saídas (inconsistências nos estoques)”, disse a Sefaz.

Alteração na cobrança dos impostos não diminui valor

A política de preços dos combustíveis no país é livre, isto é, não possui tabelamento por parte do Governo Federal. Recentemente, o Governo Federal alterou a cobrança dos impostos PIS/Cofins que incidem sobre os combustíveis. No entanto, apesar de alardeada, essa mudança não resultou em diminuição real nos valores ao consumidor, isso porque diversos fatores influenciam na composição dos preços.

Desde as commodities, dólar até a presença de etanol e impostos compõem o cálculo. É importante salientar que apesar de 44% do valor do combustível ser de impostos, ainda soma-se 29% do valor da Petrobras, 15% de etanol. O preço também é influenciado pela margem de lucro dos revendedores.

Na avaliação do economista Lucas de Barros é possível um maior controle por parte da União na regulação dos valores que chegam até a população. “No caso da gasolina, administrando o preço do petróleo através da principal empresa do ramo que é estatal, a Petrobras, não deixando a popular à mercê do comércio internacional e variações no câmbio.”

O economista avalia do mesmo modo a questão da energia elétrica no país. “No caso da tarifa de energia, através de suas agências reguladoras poderá controlar as altas no preço da tarifa. Ambas as medidas explicadas até aqui são de curto prazo, mas o poder público deverá tomar ações de longo prazo, que altere a estrutura produtiva do país, em especial no desenvolvimento de novas fontes energéticas, que sejam limpas e sustentáveis, de forma a aumentar a oferta interna de energia. Para isso, o governo precisa aumentar o investimento na Petrobras, em energia eólica e solar e outras fontes de energia. Como não se trata de uma inflação típica de demanda, o aumento da taxa de juros da Selic surte pouco efeito na contenção do aumento dos preços”, afirma.

Tribuna Hoje



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