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Viver Bem
21/06/2021 18:00:00

Tudo o que você precisa saber sobre puberdade precoce


Tudo o que você precisa saber sobre puberdade precoce

Aos nove anos, em 1999, a paulista Mayra Vassoler Guerreiro menstruou pela primeira vez. Naquele momento sua mãe optou por não fazer o tratamento medicamentoso com injeções de hormônio que cessariam a puberdade precoce. A progenitora se arrependeu. A menina passou por momentos difíceis, de preconceito na escola, porque seu corpo ficou diferente das meninas de mesma idade.

Sem conseguir compreender porque sentia dores abdominais ela se tornou uma adolescente reclusa e de poucas palavras. Hoje, com 30 anos, Mayra mede 1,44 de altura, seu crescimento foi prejudicado. Isso aconteceu porque a maturação antecipada do organismo também lhe causou baixo desenvolvimento ósseo.

Durante a pandemia percebeu-se que houve um aumento de caso de puberdade precoce, a ginecologista Renata Tassis acredita que essa percepção se deve ao fato de os pais, principalmente, as mães, estarem trabalhando em casa e por isso prestando mais atenção ao problema. Essa alteração do organismo humano, pode acometer meninos e meninas na mais tenra idade, geralmente, antes dos 8 anos. Sua principal característica é acelerar a maturidade do corpo.

Nas meninas, há o crescimento da mama, pelos pubianos e também a antecipação do ciclo menstrual. Nos meninos, além do crescimento de pelos, há um aumento dos testículos, e a voz engrossa de uma hora para outra. A médica explica que o tratamento para reverter à puberdade precoce deve começar logo. Utiliza-se uma medicação injetável, um hormônio, que para o processo de maturação antecipada do corpo e recoloca o organismo no eixo normal. Entretanto, observar a criança de perto é necessário. “Temos que olhar outros itens da vida”, diz.

A utilização de medicação hormonal foi o que optou Solange Kornilovicz, mãe da jovem Micaela, hoje com 15 anos. Mas quando a menina foi submetida ao tratamento tinha apenas 8 anos. E foi uma saga. Mica, como é carinhosamente apelidada pela família, teve crescimento das mamas e de pelos pubianos aos 7 anos de idade. Solange, preocupada, foi de consultório em consultório debalde. “Nenhum médico pediu exame de taxa hormonal”, disse.

No ano seguinte, Mica começou um tratamento de 3 anos com medicamento para equilibrar o organismo. Mas a estória não foi resolvida só com o a injeção. Solange conta que a puberdade precoce foi controlada com o remédio, mas surgiram outros problemas. “Minha filha teve compulsão alimentar”, disse. Foi quando a jovem ganhou muito peso e teve problemas de relacionamento na escola, pois as colegas de classe tinham o corpo compatível com a idade.

Quando chegou aos 12 anos de idade, em 2018, Solange e Mica conheceram a doutora Tassi que deu outro tratamento a menina. “Ela olhou a Mica em sua totalidade”, diz Solange. A ginecologista parou com as injeções de hormônio e entrou com outra medicação, além de observar a Micaela bem de perto, o que fez toda a diferença.

Hoje, adolescente, Micaela leva vida normal, seu ciclo menstrual está regulado, seu peso está dentro do nível que se espera de uma menina de 15 anos e, Solange, sua mãe, ah, está feliz da vida. “Nossa intenção é estimular hábitos saudáveis de vida”, pontua Tassis.

MSN



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