Na próxima semana, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB-AL), deve editar o novo decreto dentro do plano de distanciamento social controlado. De acordo com informações veiculadas no blog do jornalista Edivaldo Júnior, a divulgação pode acontecer na quinta-feira (10).
Segundo o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, o cenário é preocupante: “como eu tinha previsto, a partir da análise dos técnicos e especialistas, até junho devemos ter muitas dificuldades. Até o final do mês será muito duro. Depois melhora”, aponta.
A expectativa e recomendação de vários especialistas é de que o governo “endureça” as regras de isolamento social em Alagoas. Ayres diz que a decisão a ser tomada pelo governador Renan Filho vai depender da evolução da pandemia no Estado nos próximos dias.
“Tudo indica que o novo decreto pode ser editado na quinta, a não ser que tenha um cenário duro no final de semana, o que esperamos não aconteça”, pondera Ayres.
No momento, mesmo com o alto número de pacientes internados e uma média de 17 óbitos diários nos últimos dias, a circulação de pessoas segue intensa, com evidente descumprimento de regras de distanciamento social e muita aglomeração.
Ainda assim, tudo aponta que mantido o cenário atual, o governo deve manter as regras tal como hoje, com quase tudo funcionando, apenas com restrição em alguns horários.
Ocupação de leitos de UTI
O número de pacientes hospitalizados com Covid-19 em Alagoas tem se mantido entre os maiores nos últimos 15 dias, desde o início da pandemia. Nessa sexta-feira (4), o boletim da Secretaria de Saúde apontava que 939 leitos estavam ocupados, o equivalente a 66% do total (1.428). Nas UTIs, dos 390 leitos disponíveis pelo sistema público, 90% ou 350 estavam ocupados.
O secretário de Saúde de Alagoas, Alexandre Ayres, revelou em entrevista ao blog do jornalista Edivaldo Júnior que não está conseguindo ampliar o número de leitos de UTI na mesma velocidade em que os leitos estão sendo demandados.
A maior dificuldade apontada, é encontrar espaço para ampliar o número de UTIs em Maceió e Arapiraca.
A previsão de ampliação mais concreta para o momento volta-se para Delmiro Gouveia. “Com a inauguração do novo hospital regional do sertão, que deve ocorrer nos próximos 20 dias, vamos abrir 50 leitos clínicos e 10 leitos de UTI para Covid-19”, adianta.
A “corrida” para abrir leitos tem a ver com outro problema de difícil solução – o tempo que os pacientes de Covid-19 estão ficando internados nessa nova fase da pandemia.
Atualmente, o tempo que os pacientes de Covid-19 estão ficando internados nas UTIs é maior nessa nova fase da pandemia. “As pessoas estão demorando mais nos leitos de UTI. A rotatividade é cada vez menor, mas não tem se refletido nos óbitos”, afirma Ayres.
Nas últimas semanas, segundo levantamento da Sesau, a ocupação alta da rede hospitalar não aumentou o número de óbitos por Covid-19, que segue estável.
“A vacina já tem dado efeitos bastante positivos para pessoas, inclusive na ocupação hospitalar que hoje é majoritariamente de pessoas abaixo de 60 anos. Dados da nossa equipe deixam claro que pessoas acima de 60 continuam infectando, mas agravando cada vez menos, comprovando a eficácia da vacina”, explica Ayres.
Em outras palavras, se a vacinação avançar mais rapidamente a “pressão” sobre a rede hospitalar deve diminuir. “A vacina vai ajudando, devagarinho, não como deveria”, enfatiza Ayres
O secretário também destacou que “o jovem está mais na rua e a circulação do vírus é ainda muito forte. E quando ele se contamina e agrava, demora mais no leito de UTI”.